Historicando

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19 março 2013

Sem fim à vista


Os próximos tempos prometem. Entre um ministro das Finanças descredibilizado entre as elites pelos falhanços sucessivos das previsões e um primeiro -ministro que já não tem discurso para justificar mais cortes, mas que os vai ter que fazer, a vida do Governo não vai ser fácil. Com ou sem Tribunal Constitucional o Governo vai ter que avançar para mais cortes salariais no sector público, e, na prática, para despedimentos, tenham estes maior ou menor simpatia negociai. Saberemos os detalhes em poucas semanas, mas a única certeza é a de um futuro imediato mais sombrio, sem qualquer luz ao fundo do túnel. Nesta perspectiva as instituições democráticas terão seguramente que cumprir o seu papel, com o agravar da crise, mas não há milagres em democracia.
O Tribunal Constitucional pode trocar as voltas ao Governo, mas pouco. O Presidente pode convocar o Conselho de Estado e abrir espaço à crítica. O PS pode aumentar a sua demarcação para preparar o futuro. O que está à sua esquerda vai cumprir seguramente o seu papel de protesto.
Mas o que é difícil de explicar aos portugueses é que a margem de manobra do Governo é muito reduzida, a dependência da UE é quase total, e que parte da austeridade está a servir para muito pouco. Empobrecer sem fim à vista não é fácil de gerir, mas vai ser esse o desafio dos nossos dirigentes políticos.
ANTÓNIO COSTA PINTO, Politólogo
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