Historicando

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08 março 2013

"Chamarem-nos jovens é uma forma de menorizar”


 "Ser jovem é vital, mas é estar sempre em potência e nunca chegar a lado nenhum." Joana Manuel, de 36 anos, foi convidada na qualidade de "jovem" para falar na Conferência Nacional em Defesa de um Portugal Soberano e Desenvolvido, no final de Fevereiro, e o seu discurso contra a precariedade e juventude tardia acabou por tornar-se virai nas redes socais.
"Mais atordoada do que surpreendida" é assim que actriz, que recusa o adjectivo de jovem, reage aos elogios e à forma como o vídeo do seu discurso tem sido partilhado. "Quando fiz o discurso tive a sensação de que embora estivesse a falar por mim não era só por mim, já que a minha história é igual a tantas outras." Na conferência, Joana deu "voz a uma coisa que já tinha percebido" e que se resume à forma como a juventude se alargou. "O meu pai tinha a minha idade quando nasci e desde os 10 anos que era um homem feito.
Hoje em dia tenho a sensação de que chamarem-nos jovens é uma forma de nos menorizar. Estamos sempre perante a possibilidade de um futuro brilhante e a olhar para um passado que podia ter sido brilhante. Não temos presente."
O DISCURSO
Quando me pediram para vir fazer esta intervenção que juntasse os problemas dos jovens, precariedade e da emigração, a minha reacção foi que começa a ser recorrente a este tipo de etiqueta: Eu sou jovem? Por alminha de quem?"
"A dureza da vida e da precariedade fizeram dos nossos pais e dos nossos avós adultos antes do tempo"
"O que impediu os meus pais de serem jovens é aquilo que me cola à pele o epíteto. Jovem. É uma espécie de espelho invertido. Não sei se basta passar através dele, como a Alice. Um dia vamos mesmo ter de parti-lo"
JOANA MANUEL, CONF. NAC. EM DEFESA DE UM PORTUGAL SOBERANO E DESENVOLVIDO