A PIDE recebeu formação da Alemanha e dos Estados Unidos sobre técnicas de tortura a aplicar aos presos políticos durante o Estado Novo, relata o livro «Os últimos presos do Estado Novo», da jornalista Joana Pereira Bastos. No livro, a jornalista do Expresso descreve a passagem de vários oposicionistas às ditaduras salazarista e marcelista pelas prisões de Caxias e Peniche e os traumas provocados pela tortura que «perduram até aos dias de hoje».
Ao longo de mais de 150 páginas, é descrita uma visita da PIDE à sede da CIA, em Langley, nos Estados Unidos, onde mais de dez agentes "aprenderam técnicas de vigilância de rua e métodos de abrir cartas sem deixar vestígios".
Já na década de 1930, "a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE, antecessora da PIDE) recorreu à Gestapo", havendo "contactos regulares, com troca de visitas entre agentes".
Segundo a autora, que cita um estudo do Grupo de Estudo da Tortura (criado após o 25 de Abril), os dois principais métodos utilizados pela PIDE eram a privação do sono e o isolamento, seguindo-se os espancamentos ou até os choques eléctricos.
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