Baseia-se na projecção das tendências pesadas da população activa, da produtividade do trabalho e da produção, que a partir das hipóteses sobre as elasticidades das exportações e das importações em relação ao PIB permitem uma estimativa do comércio mundial em cada região do mundo.
Neste cenário, em 2050, o centro de gravidade da economia mundial desloca-se em direcção ao eixo Ásia – Pacífico. No caso deste cenário se tornar uma realidade, o alargamento da UE não conseguirá assegurar a paridade com os EUA. A UE terá um peso cada vez menor no curso da globalização; será uma lenta, mas inexorável saída da história mundial.
Possíveis vencedores e perdedores por sector:
Possíveis vencedores:
• Serviços financeiros
• Sectores de alta tecnologia
• Meios de comunicação/Serviços de lazer
• Serviços de alta tecnologia
• Serviços de baixa tecnologia
• Seguros / segurança
• Gestão do risco
• Sector público e defesa
• Lóbis
• Monopólios em sectores regulamentados
• Protecção ambiental
• Tecnologias verdes
• Saúde
Possíveis perdedores:
• A indústria pesada, a defesa e os combustíveis fósseis poderão ser perdedores relativos
• Tal como acima, actividades mais sensíveis em termos cíclicos, por exemplo, a construção e o comércio a retalho de produtos não – alimentares
• Telecomunicações
• Biotecnologia
• Serviços financeiros
• A maioria dos outros sectores, nomeadamente, a agricultura, a água, os seguros e os transportes
CENÁRIO Nº 1
“Manta de retalhos” de Estados, Cidades, “Feudos”, com legitimidades e respeitabilidades diversas.
A maior parte das burocracias nacionais encontram-se à deriva. Governação (governance) minimalista;
Sociedade civil activa, mas apenas a nível muito local. Enfraquecimento do império da Lei. Grandes desigualdades regionais. Alguns sinais de um “renascimento” popular;
A economia, em parte fora do circuito monetário, foi deixada entregue a uma auto-regulação do tipo Internet. Esbatidas as fronteiras entre actividades económicas legítimas e o “mercado negro”. Contudo, mantém-se o equilíbrio macroeconómico global;
Os Estados-membros da UE são 21, e mantêm um relacionamento “difícil”. Acumulam-se as ameaças à débil segurança europeia, não existindo políticas consistentes relativas aos países vizinhos.
A globalização encontra-se próxima de um “beco sem saída” estrutural. A cooperação internacional é reduzida. A UE encontra-se cada vez mais incapaz de satisfazer os seus compromissos.
CENÁRIO Nº 2
Renovada importância dos Estados na governação (tornada legítima pelo seu papel -chave na manutenção da ordem);
Sociedades passivas, com uma fé renovada nos mecanismos da democracia representativa e apreciadoras de uma democracia “musculada”;
Desempenho económico bastante medíocre;
Alargamento beneficiando os 5 últimos candidatos da Europa Central e Oriental mais próximos de concluir as negociações. Continuam em funcionamento, tanto o Mercado Único como a UEM; Políticas firmes, embora destituídas de carácter preventivo, em relação aos vizinhos;
O Mundo encontra-se cada vez mais fragmentado em blocos regionais e áreas de influência.
Subjacente a este panorama encontram-se os desafios com que se debate a União Europeia e que são em traços gerais os seguintes: i) Sustentabilidade do modelo social, ii) Imigração ilegal e política efectiva de integração dos imigrantes, iii) envelhecimento populacional, iv) Alterações climáticas, v) Energia, vi) Luta contra o terrorismo, v) Fuga de cérebros, vi) Concorrência das economias emergentes (Brasil, Rússia, China e África do Sul), e vii) Identidade da União Europeia.
http://home.uevora.pt/~mosantos/download/NossosMundos_2020-2030_UEuropeia_30Jul11.pdf