Hodie mihi, cras tibi. "Artigo 19.° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão." Declaração Universal dos Direitos Humanos
12 janeiro 2013
Um novo CEO para Portugal
O país precisa de um novo CEO. Podia dizer primeiro-ministro, é disso que se trata, mas digo CEO porque precisamos de quem tenha provas dadas na gestão da coisa política.
Procurar um salvador é perder tempo porque um salvador não se procura, encontra-se. O que podemos e devemos procurar é um político com habilitações indicadas, experiência adequada, provas dadas. Um gestor da coisa política, cuja reputação e passado tenham sido suficientemente escrutinados para não termos surpresas desagradáveis. De preferência alguém que nunca tenha feito carreira nas juventudes partidárias – embora isso possa ser pedir demais. Alguém hábil a negociar com políticos, grupos de interesse, funcionários, de cá e de lá. De preferência alguém que tenha ocupado vários cargos ministeriais ou de equivalente complexidade. E, muito importante, alguém que tenha habilitações académicas decentes e verificáveis.
Enfim, alguém que saiba o que há a fazer antes de se sentar na cadeira do poder; isto de aprender à medida que se vai andando é coisa que nos tem saído muitíssimo cara. "Learning on the job" pode ser uma inevitabilidade em qualquer cargo de gestão, mas deve ser feito de baixo para cima e não a partir de cima, trazendo tudo para baixo. Como foi o caso dos últimos primeiros-ministros. Ninguém quer um capitão inexperiente durante uma tempestade, mas foi o que tivemos com Sócrates e é o que temos agora (ainda mais inexperiente e ainda maior tempestade) com o Passos Coelho.
As únicas competências que Sócrates e Passos Coelho tinham quando chegaram a primeiro-ministro foram a telegenia de primeiro-ministro. Depois, lá foram tentando aprender. O resultado está à vista. O Governo português, durante a última década, pode muito bem ter sido o mais caro curso de formação profissional de que há memória.
A nossa democracia devia contemplar um sistema igual ao que no mercado de trabalho permite às empresas despedir quadros superiores, ao fim de seis meses, por inadaptação ao posto.
P. Bidarra
http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO088603.html?page=2