Historicando

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16 julho 2013

Amortização da dívida: estamos entalados até 2042…

Europa aceitou aliviar em 23 mil milhões de euros os reembolsos de dívida até 2023. Mas não há perdão. Dinheiro será cobrado mais à frente.
Benesse coincide com o período “pós troika” que deverá ser inaugurado... com um segundo plano da troika. É o chamado "plano cautelar".
Portugal beneficiou, junto da Europa, de uma importante reestruturação de dívida (silenciosa) na sequência da sétima avaliação ao programa de ajustamento.
O reembolso total aos credores previsto até 2023, inclusive, levou um corte de 17% face ao inicialmente planeado. Assim, entre 2013 e 2023, a República irá devolver 115 mil milhões de euros em empréstimos de médio e longo prazo e não 137,5 mil milhões como estava no desenho anterior.
Anos complicados em que, logo no início, Portugal tem de provar que consegue financiar-se sozinho nos mercados internacionais de dívida e em que já terá de estar a crescer e a criar emprego para poder reduzir a dívida monumental durante os próximos 20 anos até 60% do produto interno bruto, como impõe o Pacto Orçamental europeu, e pagar a factura exorbitante dos juros (mais de oito mil milhões de euros todos os anos, em média). O FMI ficou fora do acordo; os bancos nacionais e estrangeiros também.
Significa isto que Portugal teve um perdão de dívida? Não. Isso seria um “haircut” (perdão de dívida).
Quando tiverem regularizado a situação – lá para 2042, quando termina a amortização dos 79 mil milhões de euros associados a este plano da troika – os portugueses terão reembolsado exactamente o mesmo, só que de forma mais diluída.
Assim, reduziram-se os pagamentos devidos no período até 2024, mas carregaram-se nas obrigações de 2025 a 2042. A isto acrescem os juros, claro, que vão ao défice, que os contribuintes já estão a pagar. As actuais e as próximas gerações terão mais este problema acrescido para resolver.
“Existe uma outra razão, que a generalidade dos Portugueses desconhece: Em 2014 irão vencer-se empréstimos a médio e a longo prazo, que contraímos no passado, no valor de 14 mil milhões de euros”. Por imposição do FMI, “Portugal tem de assegurar, nos próximos meses, a totalidade dos meios financeiros para proceder ao pagamento dos empréstimos que se irão vencer em 2014”.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO202464.html?page=0