"Morte ou bananão?", interrogaram-se os de tez morena.
O líder do bando de europeus do Norte, de cabeça rapada e suástica tatuada, mandou entrar dois carrascos. O primeiro tinha uma pistola, que com solenidade carregou. O clique foi eloquente. O segundo, um branco e gigante hooligan, desapertou as calças revelando um enorme, um descomunal, um brutal (como diria o pequenito Gaspar) e erecto bananão.
Um a um, os desgraçados dos do Sul, que nunca mais regressariam às suas terras para pagar as dívidas que tinham contraído para fazer a viagem, foram escolhendo a morte ao bananão.
"Morte ou bananão?", perguntou o líder dos skins ao grego. "Morte", respondeu o grego cuspindo para o chão cheio de dignidade.
"Morte ou bananão?", perguntou o líder dos skins ao italiano que chorava pela mamma. "Morte", disse o lacrimoso napolitano.
"Morte ou bananão?", perguntou duas vezes o líder dos skins ao transpirado espanhol que não conseguiu fazer-se entender à primeira por causa do sotaque. "Muerte", disse o espanhol.
Depois foi a vez do português.
"Morte ou bananão?", perguntou o líder. E o português achou que, apesar de enorme, descomunal, brutal (como diria o pequenito Gaspar), era bem capaz de aguentar o erecto bananão. "Não, morte não…" pensou o português. "Eu aguento o bananão."
O português lá fechou os olhos, assumiu a posição e gritou, cheio de coragem: "Bananão!"
E então o líder disse: "Bananão até à morte."
Por Pedro Bidarra, Publicitário, psicossociólogo e autor
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