Pergunta: A sistemática emigração dos jovens portugueses é apenas negativa para o país?
Respostas:
• Não há regras apriorísticas sobre estes movimentos. Penso que, a prazo, o país pode (e deve) ter o retorno da "mentefactura".
Bagão Félix, CONSELHEIRO DE ESTADO
• Não considero negativa: estes jovens saem do país, mas regressarão se existirem condições para trabalhar cá. Negativo seria se ficassem inactivos/desperdiçados.
Isabel Jonet, PRESIDENTE DO BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME
• É essencialmente negativa. Trata-se da sangria da população activa, num país já envelhecido e, muitas vezes, da fuga de quadros que além de desnatarem a nossa massa crítica, representa a perda de investimento que Portugal fez na sua formação. O último a sair que apague a luz.
Joana Amaral Dias, PSICÓLOGA CLÍNICA
• No futuro imediato, a emigração de jovens portugueses muito qualificados profissionalmente empobrece o país. A médio/longo prazo pode vir a ser benéfica se ajudar a internacionalização da sociedade portuguesa e nos permitir aproveitar as potencialidades da globalização.
Sobrinho Simões, PROFESSOR DE MEDICINA E DIRECTOR DO IPATIMUP
• As migrações são frequentemente oportunidades de trabalho, aprendizagem e crescimento com ganhos para as pessoas e economias dos países. As migrações, numa dinâmica de Direitos Humanos e Desenvolvimento, são essenciais. E há casos e casos. É terrível a realidade dos que são forçados a deixar os países por motivos de conflito ou perseguição, com vivências diárias e dramáticas a nível pessoal e familiar. E também quando a emigração corresponde a uma verdadeira "fuga de cérebros" de jovens profissionais qualificados depois de grandes investimentos na sua formação das famílias e países... muito diferente de outros momentos da nossa história.
Catarina Furtado, EMBAIXADORA DE BOA VONTADE DO UNFPA
• No curto prazo, tem até benefícios (diminuição da taxa de desemprego, das contribuições correspondentes, e aumento das remessas de imigrantes). No longo prazo, e não havendo mudanças na arquitectura europeia, pode corresponder à passagem de Portugal de país para uma mera categoria geográfica.
Viriato Soromenho-Marques, FILÓSOFO E PROFESSOR CATEDRÁTICO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
• Sim, porque não corresponde a uma estratégia de abertura de horizontes ou alargamento de experiência. É apenas a consequência de uma trágica política, medíocre e sem futuro, que arrasa todo o enorme esforço e investimento feitos na formação, nas últimas quatro décadas.
Teresa Lago, ASTRÓNOMA E FUNDADORA DO CENTRO DE ASTROFÍSICA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
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