O Estado democrático endividado e os seus dois povos:
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Sociólogo alemão diz que Portugal está condenado a ter vida difícil durante muito tempo. Wolfgang Streeck: “Norte da Europa só sabe receita da austeridade”.
“Estou convencido de que os países mediterrânicos, como Portugal, que estão no euro vão continuar a ter uma vida difícil durante muito tempo. Duvido que o Norte da Europa esteja disposto a oferecer muito mais do que as receitas neoliberais da austeridade. E estou céptico quanto às hipóteses de sobrevivência do euro nos próximos cinco anos”.
Na perspectiva dos credores, é preciso garantir que qualquer reestruturação da dívida se faça à custa da baixa nas pensões e salários ou até de cortes nos serviços de interesse público (educação e saúde), tudo para que o serviço da dívida (pagamento de juros e capital) seja garantido. Se o euro não existisse, a desvalorização da moeda possibilitaria a criação de mais empregos e melhores salários por via do aumento das exportações. As indústrias exportadoras do Norte querem cortar as pensões e os salários mais baixos para que as classes médias urbanas do Sul europeu possam continuar a comprar carros de luxo alemães. O fim do euro seria o fim desta aliança tácita.
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