A ideia da calcular a data da Páscoa através do mês lunar surgiu da tradição hebraica. “O povo hebreu celebrava a Páscoa para marcar a saída de Abraão do Egipto”, que foi feita numa época de lua cheia e no início da Primavera. Factos que não aconteceram por acaso: sem iluminação artificial, “as viagens e circulações em massa tinham de ser feitas em lua cheia” e a Primavera marca o início dos “tempos amenos”, explica Rui Agostinho.
A data ganhou relevância para a religião católica uma vez que Cristo foi morto e ressuscitou quando foi comemorar a Páscoa hebraica a Jerusalém. Acontece que, segundo os escritos bíblicos, a ressurreição deu-se num domingo. “É possível ler no Velho Testamento que quando Cristo morreu estava lua cheia”, conta o director do Observatório Astronómico de Lisboa.
Rui Agostinho realça que durante algum tempo as “comunidades católicas espalhadas pelo mundo” não comemoravam a Páscoa no mesmo dia. Foi no Concílio de Nicéia, no ano de 325, que a Igreja estabeleceu a celebração da data no primeiro domingo depois da lua cheia no início da Primavera. “Com isto tenta-se reproduzir ao máximo a morte e ressurreição de Cristo”, explica.
Público