Historicando

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01 setembro 2013

Nova moeda: o que se ganha em Setúbal fica em Setúbal

Não existe em Portugal. Mas há mais de 2500 casos em todo o mundo. Só em França, a moeda social já foi implementada em 15 cidades, encontrando-se a movimentar o comércio local.
Qual é a ideia? O objectivo é a reanimação económica da Baixa de Setúbal e do comércio tradicional, através da criação e utilização de uma moeda local, de modo que o dinheiro fique sempre na cidade em vez de ser desviado para o sistema monetário internacional - com todos os inconvenientes deste, explicou o impulsionador do projecto.
Por enquanto, ainda tudo ou quase tudo está em aberto: modelo, alcance, quantidade de moeda a emitir e até mesmo o nome – que João Ribeiro gostaria que fosse sados (reflectindo o nome rio que ali passa), mas “são os cidadãos que vão decidir”. “Estamos a lançar um debate, haverá uma ampla discussão pública e todo o processo culminará num referendo, porque é a sociedade que decidirá se se deverá ou não implantar o projecto”, explicou enfatizando que “nada será imposto”.
A concretizarem-se, os sados valeriam o mesmo que os euros, mas só poderiam ser utilizados localmente, no comércio tradicional ou para o pagamento de serviços, ou ainda numa determinada zona, garantindo que a moeda não voaria para outras paragens, perdendo-se-lhe o rasto.
Como vantagens, o seu impulsionador aponta “um redireccionamento da procura, reintrodução de liquidez na economia local e financiamento indirecto de projectos sociais”. Quanto a inconvenientes, João Ribeiro tem dificuldade em encontrá-los, a não ser a possibilidade de, “se não for na exacta medida, poder condicionar a liberdade de escolha dos cidadãos” – o que, em absoluto, não quer.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO253011.html