O PS exigiu hoje que o Governo revele que cortes estão a ser decididos em "segredo", acusando o executivo de maioria PSD/CDS-PP de "esconder" o que está a preparar para só ser revelado depois das autárquicas.
"Há um segredo neste verão: os cortes que o Governo está a preparar e só quer revelar depois das autárquicas. O PS exige que o senhor primeiro-ministro e o Governo revelem rapidamente aos portugueses que cortes estão a ser decididos neste momento", afirmou o porta-voz do PS, João Ribeiro, numa declaração aos jornalistas.
Acusando o PSD de esconder "o símbolo do partido nas eleições autárquicas" e de esconder os cortes, João Ribeiro lamentou que os portugueses continuem a ser "a ser massacrados com notícias de cortes, com fugas de informação, sem saber que cortes estão a ser decididos, quantos cortes e o porquê de mais cortes".
Por isso, acrescentou, o primeiro-ministro precisa de dizer com "urgência" qual a dimensão desses cortes, em que áreas eles irão ser feitos, como afectarão a vida dos portugueses, qual o seu impacto na economia e no desemprego e com base em que estudos é que estão a ser decididos.
A este propósito, o porta-voz socialista recordou que em Agosto do ano passado Passos Coelho anunciou a recuperação económica para 2013, para depois em Setembro avançar "com mais uma dose brutal de austeridade".
"Este Governo não é de confiança", sublinhou.
Questionado sobre as críticas do PSD ao silêncio do PS sobre um relatório do banco Montepio divulgado na segunda-feira e segundo o qual a economia portuguesa registou um crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano, João Ribeiro considerou tratar-se de mais "um episódio" da forma como os sociais-democratas procuram "esconder a realidade e tentam trabalhar uma realidade virtual que não corresponde à realidade económica e social do país".
O porta-voz do PS notou ainda que o estudo mantém as previsões para 2013 e 2014, sendo que são piores do que as previsões admitidas pelo Governo.
"Para 2014, quando o Governo admite crescimento, estudo prevê recessão", acrescentou, considerando que se o estudo diz que pode haver uma "ligeiríssima tendência de inversão" isso significa que é altura de inverter a política de austeridade.
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