John Berrigan, o novo chefe de missão da Comissão Europeia para Portugal considera que o que está no “no centro da fraqueza da Economia da União Europeia é uma compressão da procura”, num contexto em que “todos estão a tentar sair da crise pelas exportações”, afirmou no final de Abril, num seminário em Oxford, o chefe de missão da Comissão Europeia. O economista não vê contudo grandes alternativas ao caminho que está a ser seguido na frente macroeconómica, defendendo que após grandes crises de endividamento a compressão da procura e o crescimento baixo são inevitáveis.
Ainda assim, o irlandês lamenta que nos países do Norte não se reconheça o ajustamento doloroso que está a ser feito na periferia. Em termos de défice externos e custos unitários de trabalho “há um ajustamento significativo a acontecer nos países onde esse ajustamento é preciso, isto é, em Espanha, na Grécia, em Portugal, na Irlanda – e há também algum ajustamento, embora menos visível na Alemanha”, afirmou nessa ocasião.
O economista sublinha que as economias da periferia sofreram um grande choque, nomeadamente na procura, e que as respectivas economias estão a reagir: “há um ajustamento doloroso que está a acontecer que nem sempre é reconhecido nos países do centro, onde há uma percepção de que nada está a acontecer, e de que os empréstimos estão a sair sem que os países façam o que devem – e os números não confirmam isso”, defendeu, deixando ainda críticas implícitas aos que se esquecem que o dinheiro que está a financiar a periferia são empréstimos e não bolsas, isto é, os países do Norte estão a fazer dinheiro.
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