Investigadores australianos e norte-americanos esperam que um composto anti-envelhecimento possa começar a ser testado em seres humanos já no próximo ano, após terem conseguido reverter o processo de envelhecimento num rato.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", o estudo, que envolveu as universidades de Harvard e NSW, descobriu uma forma de restaurar a eficiência das células, revertendo completamente o processo de envelhecimento muscular.
Um rato de dois anos, ao qual foi dado o composto durante mais de uma semana, "recuou" o seu envelhecimento para os seis meses de idade. Os investigadores afirmam que isso é o equivalente a uma pessoa de 60 anos se sentir como se tivesse apenas 20 anos.
Espera-se, agora, que a investigação seja testada em seres humanos, já em finais de 2014, com os cientistas a tentarem perceber como é que os efeitos do rejuvenescimento pode ser usados no tratamento de doenças como o cancro a demência ou a diabetes.
A investigação focou-se essencialmente na área das células que produz energia. Com o passar do tempo a comunicação entre esta área e o núcleo da célula degrada-se, levando ao processo de envelhecimento. Os cientistas injectaram num rato um químico chamado Nicotinamide adenine dinucleotide (em inglês), ou NAD, que reduz este processo, tendo conseguido reverter os efeitos do envelhecimento no animal.
"Agora que conhecemos o caminho, podemos estudar várias formas de restaurar a comunicação celular e reverter o processo de envelhecimento", afirmou Nigel Turner, um dos investigadores da universidade de USNW. O investigador adianta que "as pessoas pensam que as investigações contra o processo de envelhecimento pretendem fazer com que as pessoas vivam até aos 200 anos, mas o objectivo é ajudar as pessoas a serem mais saudáveis quando entram na terceira idade, e durante mais tempo", diz.
"Sabemos que esta comunicação celular é quebrada em doenças como a demência, o cancro ou a diabetes. A nossa investigação focou-se nos músculos mas pode beneficiar vários órgãos e atrasar a ocorrência de muitas destas doenças", diz, concluindo que "se iremos todos viver até aos 150 anos, isso eu não sei, mas o mais importante é que não tenhamos de passar os nossos últimos 20 ou 30 anos de vida em condições de saúde debilitadas".
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