A figura
de 2012 tem milhares de rostos diferentes e saiu este ano à rua pela primeira
vez para gritar contra a 'troika' e o Governo, em protestos que marcaram uma
nova dinâmica social."As ruas ficaram cheias de pessoas que não iam há
muito tempo ou nunca tinham ido a manifestações", alusão à manifestação
"Que se lixe a 'troika', queremos as nossas vidas", que juntou
centenas de milhares em Lisboa e outras cidades no dia 15 de Setembro. O nível
de adesão "revela o nível de ruptura social" entre um povo que sente
como "inaceitável" que se esteja a "rasgar o contrato
social" que construiu a Europa da pós-guerra. "Claramente, houve
envolvimento de sectores da população que não costumavam protestar nas ruas,
esse é um fenómeno novo, com segmentos sociais muito diferenciados, não só a
classe trabalhadora ou a pequena burguesia, mas também as profissões liberais e
a classe média".O futuro das "manifs" depende da progressão das
condições de vida e dos objectivos definidos para os protestos.