Ao contrário do que acontece (e é público) na Grécia, na Irlanda, na Espanha e na Itália, Vítor Gaspar não contesta os diktats dos credores externos, não os discute e até surpreende os oficiais de ligação (a troika) ao querer ir além do que eles julgariam poder exigir.
2. Para agravar a situação, o ministro dos Negócios Estrangeiros esgota-se nas excursões da AICEP pela América Latina. Não se lhe conhece uma declaração sobre política europeia, nem mesmo quando os responsáveis dos países do Sul atingidos pela crise do euro procuram articular posições para as poder impor em Bruxelas.
Pode ser importante para o país que Paulo Portas contribua para a promoção de produtos nacionais (como a Mariza no Rio de Janeiro), mas a verdade é que a um ministro dos Negócios Estrageiros exige-se um pouco mais — mais Europa, ou seja, mais mundo.
3. Como se isto não bastasse, o Presidente da República não consegue acertar o passo com os seus poderes. Na actual situação, com o país virado do avesso e uma Europa em convulsão, Cavaco Silva permanece encerrado na sua zona de conforto, enviando intermitentes sinais de fumo através do Facebook. Imagine-se o frémito que essas mensagens de Belém provocam por essa Europa fora.
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