Historicando

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09 novembro 2012

“Troika não se atreve a meter-se com os grandes interesses”

Teodora Cardoso defende a necessidade de uma maior negociação do memorando.
O Estado, mais do que sobredimensionado, é mal gerido, diz Teodora Cardoso, que frisa que quem "apanha sempre" são os contribuintes, uma vez que nem a ‘troika' se atreve a mexer com os grandes interesses empresariais.
Os ganhos de eficiência no Estado partem de um pressuposto errado, de corte de quatro mil milhões de euros?
Não sei se é errado, mas parece-me arbitrário. E não me parece que seja a melhor maneira de pôr a questão, nem sequer politicamente. Há toda a vantagem se for negociado ao nível dos dois maiores partidos. Quando o Governo se apresenta para uma negociação já dizendo o que decidiu, não é a melhor maneira.
Não é o processo mais transparente... E a avaliação das despesas parece ter sido feita agora pelo FMI.
Não foi, nem pode ser. Não pode ser de cima. Tem que ser feito com os próprios envolvidos. E isso é uma parte muito importante desse tipo de exercício: o envolvimento dos próprios serviços.
Mas até a própria metodologia parece já vir definida...
É isso. E não é o melhor caminho. Francamente acho que precisava de ser uma coisa mais negociada. É claro que a negociação tem que ter baias, não é dizer que quero negociar isto toda a vida e no fim não se faz nada. É uma coisa que às vezes as negociações conduzem. O Governo tem de saber o que quer e tem de ter um método e um programa de actuação, mas tem de ser transparente naquilo que quer.