Historicando

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06 novembro 2012

Arqueologia laboral/ industrial

Era uma vez…
1.500 candidatos encheram não uma, não duas, mas sim três vezes todas as salas das Universidades de Direito e de Letras de Lisboa, aos sábados, todo o dia, umas seis horas de cada vez, nos idos de 78.
Fizeram testes e mais testes psicotécnicos. A mater-empresa era americana. Por fim foram 120 os seleccionados.
Em 15 de Setembro de 1978 entraram os primeiros 70 (os melhores classificados nos psicotécnicos + provas físicas).
Daí a dois meses entraram os restantes classificados, para um 2º curso.
Frequentaram um Curso da American’s Petroleum Institute (intensivo - seis meses).
Diziam os formadores que seriamos os futuros Chefes de Turno das múltiplas unidades industriais que formariam o Complexo Petroquímico (nem 1/10 foi construído).
O tempo se encarregou de desmontar todo este cenário. Passou rapidamente a ficção.
Chegou em força o ‘factor C’, ‘os recomendados’, ‘os afilhados’, etc.
A despromoção foi rápida: de Chefes de Turno (até ao final da parte teórica do Curso API) passaram a Operadores de Sala de Controlo (no final da parte pratica/ estagio - + seis meses).
Como a construção das fábricas estava atrasada, entretiveram-nos durante meses, com cursos e trabalho na Segurança Industrial. Neste hiato de tempo foram novamente despromovidos a Operadores de Exterior.
Não é de estranhar que quando as fábricas ficaram prontas e arrancaram a sua laboração contínua (1981), nem 1/3 dos iniciais 70 lá se mantivessem!
E foram felizes para sempre…
A lista dos primeiros 70 da Petroquímica de Sines (CNP + EPSI):