Mas Daniel Caldeira, médico e investigador no Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica da Faculdade de Medicina de Lisboa, encontrou «uma grande inconsistência nos resultados que associavam exposição ao café e risco de doença cardíaca.» Pôs então mãos à obra e analisou todos os estudos já publicados sobre o tema, produzindo um artigo de revisão que deitou a ideia por terra. O médico concentrou-se num parâmetro em particular, a fibrilhação auricular, a mais comum das arritmias, e concluiu que não há qualquer relação entre a cafeína e esta patologia.
Mesmo em termos de pressão arterial, não foi encontrada qualquer relação de causa e efeito entre uma bica e o aumento da tensão. Só a partir de um exagerado número de cafés por dia – um valor que não está ainda bem definido mas que será acima dos sete – é que poderão ocorrer efeitos negativos. «O café aumenta a força de contracção do coração, o que até pode ser positivo», nota. Apresentado no congresso europeu de cardiologia e publicado na revista Heart, o estudo veio pôr um ponto final na discussão. «Alguns colegas presentes no congresso ficaram surpreendidos, mas muito satisfeitos. São bons consumidores de café», confidencia Daniel Caldeira.
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