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17 agosto 2012

Islândia tem lições a dar aos países que queiram sobreviver aos resgates


Depois de a sua abordagem à intervenção externa ter conduzido a economia a uma recuperação surpreendentemente forte, a Islândia tem lições fundamentais a dar aos países que queiram sobreviver aos resgates.

1 - O compromisso da Islândia para com o seu programa de ajustamento,

2 - A decisão de impor perdas aos credores em vez de sobrecarregar os contribuintes

3 - A opção de salvaguardar um Estado social que protege os desempregados da pobreza,

permitiu ao país passar do colapso à recuperação. Quem o diz é o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Islândia recusou proteger os credores dos seus bancos, que entraram em falência em 2008 depois de as suas dívidas terem atingido 10 vezes mais do que a dimensão da economia. A decisão da ilha de se proteger de uma fuga de capitais, restringindo a circulação da moeda, permitiu ao Governo repelir um ataque especulativo, estancando a hemorragia da economia. Isso ajudou as autoridades a concentrarem-se no apoio às famílias e às empresas.
Na Islândia, a queda de 80% da moeda (a coroa islandesa) face ao euro em 2008 ajudou a transformar o défice comercial num excedente logo no final daquele ano. O desemprego, que se tornou nove vezes maior entre 2007 e 2010, caiu para 4,8% em Junho face ao pico de 9,3%, atingido há dois anos. Considerando a dimensão da crise no final de 2008, a recuperação da Islândia foi impressionante. Na Islândia a sua economia, vale 33 mil milhões de dólares (cerca de 27 mil milhões de euros), vai crescer 2,4% este ano, disse o FMI em Abril. Um valor que compara com a contracção de 0,3% prevista para a zona euro.
O crescimento da Islândia está a ser impulsionado pelo consumo privado e pelo investimento, que recuperou mais rapidamente do que se pensava.
O Governo recuperou o acesso aos mercados de capital internacionais e a limpeza dos balanços dos bancos segue a bom ritmo.