Soube por colega reformada, que pratica voluntariado, no Hospital do Litoral Alentejano, da vergonhosa versão posta a circular quanto ao que sucedeu no passado dia 4 de Março. Tal como diz o velho ditado: Só não se sente quem não é filho de boa gente. Aliás, este meio serve de resposta às inverdades postas a circular. Naturalmente que se não vir, nem vier um pedido desculpa assumido pelos participantes, reservo-me o direito constitucional de adoptar outras medidas legais.
Depois deste intróito vamos ao que se passou no dia 4 de Março. Dei aulas da parte da manhã, isto é, das 8.30 às 12.45 horas. Fui a casa almoçar, como sempre, e voltei à escola perto das 14.30, hora a que recomeçaria o turno da tarde. Tive um ataque fulminante, uma dor incontável. Não consegui subir ao 1º piso onde iria leccionar. Dirigi-me, arrastando-me, ao órgão directivo, e disse-lhes que estava a sentir-me extremamente mal, com uma dor fortíssima no peito e braços. Exudava abundantemente, não me conseguia aguentar de pé, tive de sentar-me, tinha dificuldade em articular palavras com fluência. Trouxeram um 1º aparelho para medir a tensão arterial. Não funcionava. Trouxeram um 2º aparelho: deu 18 – 12 !! Estava rodeado por inúmeras pessoas, adultas, com cargos de responsabilidade, experientes, e ninguém chamou o 112 – INEM. Há uma frase que não me esquecerei, ainda para mais repetida duas vezes: “és um homem, ou um rato?”
Ah, e não me venham com a conversa fiada que é o “atacado”, o fortemente menorizado nas suas capacidades de raciocínio, lucidez, é que ainda por cima lhe compete decidir responsavelmente, o que fazer, ou não, em face daquilo que mais tarde ficou demonstrado e documentado ter sido (sofrido) UM ENFARTE DO MIOCÁRDIO AGUDO.
Entretanto a populaça é manipulada e informada de coisa bem diferente do que se passou na realidade. Um diz-que-disse, umas conversas de café, e outros locais habituais para disseminar os boatos. A tradicional, velha e bolorenta táctica da contra-informação dos idos de 74, 75, 76, 77 e 78. Lembram-se? O medo…
Quando passamos por uma experiência, quase exotérica de não-vida, recuperamos o respeito por nós mesmos, deixa de haver “medos”, e muito menos aceitamos qualquer ataque à nossa honra e bom nome. São sagrados, a partir de agora, custe a engolir a quem quer que o chapéu lhe sirva.