O meu agradecimento pessoal ao Dr. Menezes da Silva, que se prontificou a vir do exterior do H.L.A. visitar-me, e a facilitar a resolução de um problema, na noite de terça-feira, dia 29 de Março.
Obrigado Sr. Dr. O Sr. é o meu médico pessoal e particular faz umas mãos cheias de anos, no entanto fez muito mais do que o zelo, ou código deontológico o obrigava.
Foi um amigo o que senti na atitude, participação e desbloquear.
Hodie mihi, cras tibi. "Artigo 19.° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão." Declaração Universal dos Direitos Humanos
31 março 2011
O Tempo e os Sentimentos
Há pessoas assim, com esse dom, carisma
Porquanto tantos foram os anos
Que a vida lhes trocou os papéis
E seguiram seus caminhos
Mas quando se reencontram
Novamente
O turbilhão de emoções
Julgado esquecidas, para sempre
Ou ultrapassado, afinal essas emoções
As genuínas
Vem ao de cima, com uma força imparável
E não há arquitectura antiga ou moderna, dique ou barragem
Que as controle, as amarre, as sustenha
O amor é eterno
Lindo
Indescritível
E muitas são as maneiras de compor uma jarra de flores
Um toque, paixão, um beijo, uma lágrima
Mas também um simples
Apertar de mãos
Um olhar, aquele…
Que marca toda a diferença
Oh deuses do Olimpo, que jamais feneça
Se apague a “Grega”, linda, sofisticada, mulher
Que a chama dure o que tiver de ser
Obrigado deuses, acaso, sei lá
Por saber que ainda não sou pedra
Nem pó!
Porquanto tantos foram os anos
Que a vida lhes trocou os papéis
E seguiram seus caminhos
Mas quando se reencontram
Novamente
O turbilhão de emoções
Julgado esquecidas, para sempre
Ou ultrapassado, afinal essas emoções
As genuínas
Vem ao de cima, com uma força imparável
E não há arquitectura antiga ou moderna, dique ou barragem
Que as controle, as amarre, as sustenha
O amor é eterno
Lindo
Indescritível
E muitas são as maneiras de compor uma jarra de flores
Um toque, paixão, um beijo, uma lágrima
Mas também um simples
Apertar de mãos
Um olhar, aquele…
Que marca toda a diferença
Oh deuses do Olimpo, que jamais feneça
Se apague a “Grega”, linda, sofisticada, mulher
Que a chama dure o que tiver de ser
Obrigado deuses, acaso, sei lá
Por saber que ainda não sou pedra
Nem pó!
Artérias novas e pequeno acerto na Aorta - Hospital de Santa Maria
Tal como o título deste post o indica, foi no grande Hospital de Santa Maria, que realizei a necessária,mas tão temida, operação ao coração.
Estranhem ou não, da operação propriamente dita, praticamente nada me lembro. Só sei o que me contaram posteriormente. Ainda assim, lembro-me de ser conduzido na cama/maca ao bloco operatório cerca das 23.40 horas de dia 24 de Março. Contaram-me que a operação em si, durou duas horas. Com o período preparatório e com o período pós-operatório foram no total cinco horas.
Tenho um agradecimento especial a fazer ao médico cirurgião que me operou: obrigado Dr. Ricardo Aruda Pereira. Devo ainda agradecer a simpatia, disponibilidade, competência, dos Dr. João dos Reis Fançony; Dr. António Barbosa; Dra. Jennifer Santos, Enfermeiro José Manuel, e outros profissionais altamente competentes e que me acompanharam nos maus e nos bons momentos.
Estranhem ou não, da operação propriamente dita, praticamente nada me lembro. Só sei o que me contaram posteriormente. Ainda assim, lembro-me de ser conduzido na cama/maca ao bloco operatório cerca das 23.40 horas de dia 24 de Março. Contaram-me que a operação em si, durou duas horas. Com o período preparatório e com o período pós-operatório foram no total cinco horas.
Tenho um agradecimento especial a fazer ao médico cirurgião que me operou: obrigado Dr. Ricardo Aruda Pereira. Devo ainda agradecer a simpatia, disponibilidade, competência, dos Dr. João dos Reis Fançony; Dr. António Barbosa; Dra. Jennifer Santos, Enfermeiro José Manuel, e outros profissionais altamente competentes e que me acompanharam nos maus e nos bons momentos.
30 março 2011
OS PONTOS NOS ÍS
Soube por colega reformada, que pratica voluntariado, no Hospital do Litoral Alentejano, da vergonhosa versão posta a circular quanto ao que sucedeu no passado dia 4 de Março. Tal como diz o velho ditado: Só não se sente quem não é filho de boa gente. Aliás, este meio serve de resposta às inverdades postas a circular. Naturalmente que se não vir, nem vier um pedido desculpa assumido pelos participantes, reservo-me o direito constitucional de adoptar outras medidas legais.
Depois deste intróito vamos ao que se passou no dia 4 de Março. Dei aulas da parte da manhã, isto é, das 8.30 às 12.45 horas. Fui a casa almoçar, como sempre, e voltei à escola perto das 14.30, hora a que recomeçaria o turno da tarde. Tive um ataque fulminante, uma dor incontável. Não consegui subir ao 1º piso onde iria leccionar. Dirigi-me, arrastando-me, ao órgão directivo, e disse-lhes que estava a sentir-me extremamente mal, com uma dor fortíssima no peito e braços. Exudava abundantemente, não me conseguia aguentar de pé, tive de sentar-me, tinha dificuldade em articular palavras com fluência. Trouxeram um 1º aparelho para medir a tensão arterial. Não funcionava. Trouxeram um 2º aparelho: deu 18 – 12 !! Estava rodeado por inúmeras pessoas, adultas, com cargos de responsabilidade, experientes, e ninguém chamou o 112 – INEM. Há uma frase que não me esquecerei, ainda para mais repetida duas vezes: “és um homem, ou um rato?”
Ah, e não me venham com a conversa fiada que é o “atacado”, o fortemente menorizado nas suas capacidades de raciocínio, lucidez, é que ainda por cima lhe compete decidir responsavelmente, o que fazer, ou não, em face daquilo que mais tarde ficou demonstrado e documentado ter sido (sofrido) UM ENFARTE DO MIOCÁRDIO AGUDO.
Entretanto a populaça é manipulada e informada de coisa bem diferente do que se passou na realidade. Um diz-que-disse, umas conversas de café, e outros locais habituais para disseminar os boatos. A tradicional, velha e bolorenta táctica da contra-informação dos idos de 74, 75, 76, 77 e 78. Lembram-se? O medo…
Quando passamos por uma experiência, quase exotérica de não-vida, recuperamos o respeito por nós mesmos, deixa de haver “medos”, e muito menos aceitamos qualquer ataque à nossa honra e bom nome. São sagrados, a partir de agora, custe a engolir a quem quer que o chapéu lhe sirva.
Depois deste intróito vamos ao que se passou no dia 4 de Março. Dei aulas da parte da manhã, isto é, das 8.30 às 12.45 horas. Fui a casa almoçar, como sempre, e voltei à escola perto das 14.30, hora a que recomeçaria o turno da tarde. Tive um ataque fulminante, uma dor incontável. Não consegui subir ao 1º piso onde iria leccionar. Dirigi-me, arrastando-me, ao órgão directivo, e disse-lhes que estava a sentir-me extremamente mal, com uma dor fortíssima no peito e braços. Exudava abundantemente, não me conseguia aguentar de pé, tive de sentar-me, tinha dificuldade em articular palavras com fluência. Trouxeram um 1º aparelho para medir a tensão arterial. Não funcionava. Trouxeram um 2º aparelho: deu 18 – 12 !! Estava rodeado por inúmeras pessoas, adultas, com cargos de responsabilidade, experientes, e ninguém chamou o 112 – INEM. Há uma frase que não me esquecerei, ainda para mais repetida duas vezes: “és um homem, ou um rato?”
Ah, e não me venham com a conversa fiada que é o “atacado”, o fortemente menorizado nas suas capacidades de raciocínio, lucidez, é que ainda por cima lhe compete decidir responsavelmente, o que fazer, ou não, em face daquilo que mais tarde ficou demonstrado e documentado ter sido (sofrido) UM ENFARTE DO MIOCÁRDIO AGUDO.
Entretanto a populaça é manipulada e informada de coisa bem diferente do que se passou na realidade. Um diz-que-disse, umas conversas de café, e outros locais habituais para disseminar os boatos. A tradicional, velha e bolorenta táctica da contra-informação dos idos de 74, 75, 76, 77 e 78. Lembram-se? O medo…
Quando passamos por uma experiência, quase exotérica de não-vida, recuperamos o respeito por nós mesmos, deixa de haver “medos”, e muito menos aceitamos qualquer ataque à nossa honra e bom nome. São sagrados, a partir de agora, custe a engolir a quem quer que o chapéu lhe sirva.
23 março 2011
Operação
Meus caros leitores, a partir de amanhã vou deixar de postar com regularidade. Aliás, nem sei quando volto a poder aceder a um computador.
Na quinta-feira, 24, para a operação ao coração. Peito aberto, externo aberto. Anestesia total. Desentupir três artérias, uma a 100%, outra a 92%, e a 3ª a 50%. Só me resta actualmente uma artéria totalmente livre, desimpedida. Conclusão: a minha circulação do sangue restringe-se aí a uns 35/40% do necessário.
Daí o super-desentupimento com recurso a pequenos excertos de veias tiradas dos membros inferiores.
Mas ainda há mais, vão tentar corrigir a atrofia na artéria aorta, isto é, passar dos actuais 39mm para os 41mm necessários.
DEUS queira que tudo corra bem. O Senhor é meu mestre e guia.
Estarei lá internado no SO - Urgência cerca de 4 ou 5 dias. Não posso atender chamadas, muito menos fazê-las. Mas vocês, meu pessoal, podem telefonar para o nº geral, presumo que serviço de cardiologia e perguntarem por mim. Para além da possibilidade de irem ver-me nas horas das visitas, ok?
Neste ultimo post quero agradecer a forma como fui bem tratado pelo Cardiologista Dr. Pedro Marques, pelos Enfermeiros Catarina Arruda, Daniela Braz, e José Brasil, e por Luís Lopes. Obrigado.,
Um especial agradecimento ao Sr. Director Clínico do Serviço de Medicina Interna - Dr. José António Sousa e Costa; ao Médico Assistente Principal - Dr. João Paulo Caixinha, e ao Médico Assistente - Dr. Armindo Ribeiro. Um caso de empatia a Dra. Susana Freitas (telefona-me?).
A razão é simples: vou amanhã,dia 23 de Março, para o Hospital de Santa Maria.
No primeiro dia para me prepararem, seja lá isso o que for!Na quinta-feira, 24, para a operação ao coração. Peito aberto, externo aberto. Anestesia total. Desentupir três artérias, uma a 100%, outra a 92%, e a 3ª a 50%. Só me resta actualmente uma artéria totalmente livre, desimpedida. Conclusão: a minha circulação do sangue restringe-se aí a uns 35/40% do necessário.
Daí o super-desentupimento com recurso a pequenos excertos de veias tiradas dos membros inferiores.
Mas ainda há mais, vão tentar corrigir a atrofia na artéria aorta, isto é, passar dos actuais 39mm para os 41mm necessários.
DEUS queira que tudo corra bem. O Senhor é meu mestre e guia.
Estarei lá internado no SO - Urgência cerca de 4 ou 5 dias. Não posso atender chamadas, muito menos fazê-las. Mas vocês, meu pessoal, podem telefonar para o nº geral, presumo que serviço de cardiologia e perguntarem por mim. Para além da possibilidade de irem ver-me nas horas das visitas, ok?
Neste ultimo post quero agradecer a forma como fui bem tratado pelo Cardiologista Dr. Pedro Marques, pelos Enfermeiros Catarina Arruda, Daniela Braz, e José Brasil, e por Luís Lopes. Obrigado.,
Um especial agradecimento ao Sr. Director Clínico do Serviço de Medicina Interna - Dr. José António Sousa e Costa; ao Médico Assistente Principal - Dr. João Paulo Caixinha, e ao Médico Assistente - Dr. Armindo Ribeiro. Um caso de empatia a Dra. Susana Freitas (telefona-me?).
22 março 2011
Parecer e ser...
Dia 22 – 18º de internamento ininterrupto no HLA.
Sou bem tratado, os profissionais são gentis, competentes. Não conseguem resolver os problemas internos dos pacientes. Acompanham, administram, receitam, monitorizam, fazem relatórios, mas não fazem milagres…
O problema que tive: enfarte agudo do miocárdio (2 vezes) foi um episódio do grande problema que me afligirá o resto da vida – angina de peito instável.
O dia está lindo a esta hora, vejo através da janela do quarto, as pessoas a movimentarem-se, sinto o cheiro a Primavera invadir-me o quarto (tenho o hábito de abrir a janela), o corre-corre, a lufa-lufa diária, de tudo isto tenho saudade. Mas não posso. Estou proibido de ir além do quarto. Dizem que não posso fazer nenhum esforço. Até penduraram nos pés da cama, não fosse eu esquecer-me, um letreiro com o aviso “Repouso no leito”!
Para não variar às 02.31h. fui acometido duma dor forte no peito, falta de ar, etc. A equipa de turno acorreu com presteza e eficiência, iniciou as manobras já relatadas por este vosso escriba em outros posts anteriores. Só que desta vez administraram-me sedativo suficiente e de tal eficácia que não ouvi nadinha da trovoada que se abateu sobre a nossa zona. Pelo menos era essa a conversa, hoje de manhã, por parte dos enfermeiros, auxiliares e enfermos. Por mim, népia, não dei por nada.
O pior ainda estava para vir. É norma desta casa, sim, já lhe chamo casa tantos são os dias que aqui estou, que os hábitos de higiene pessoais irem das 08.00h. às 09.00h. Pois foi em pleno banho que sofri fortíssimo ataque no peito. Só não caí, porque existem uns varões onde me agarrei. A água do chuveiro continuou a jorrar e inundou o chão da casa de banho. E agora digam-me que não somos Homens de hábitos e cultura enraizados desde os nossos ancestrais. Sabem o que fiz, apesar de estar a sofrer intensamente a dor no peito, ter tonturas, falta de equilíbrio, etc.? Limpei-me à toalha, o melhor que pude, por pudor, vergonha, de ter de chamar a equipa de emergência e ser visto nu! Parvoíce!
Desta vez além dos procedimentos já habituais, ligar-me às máquinas, N comprimidos, ligaram-me a máscara de oxigénio. Vieram os meus dois médicos assistentes: Drs. João Caixinha, e Armindo Ribeiro. Tomaram a decisão terapêutica de alterar a medicação que tomava até agora e de me submeterem a nova bateria de testes.
Pela minha parte, pedi uma vez mais, que me levassem para uma das “oficinas super especializadas” de Lisboa, em tratamento destes casos “complicados do motor”. Prometeram que o fariam.
Quem me vir, neste momento, nem lhe passa pela cabeça o que tenho sofrido nestes últimos 40 dias. Agora pareço bem, pareço o mesmo de antigamente, pareço…
Agrupamento E. S. A.
Foi comigo. Aguentei. Não se sabe com que maleitas ficarei para o resto da vida.
Com outros(as) as coisas podem ser diferentes, para pior...
21 março 2011
Agradecimento
Agradeço a todos os que me visitam, telefonam ou enviam mensagens escritas.
O vosso apoio tem sido fundamental para vencer a tristeza, depressão, angústia, que facilmente se apoderam de uma pessoa.
A espera por algo que sabemos ser a única solução é terrível. Mas é assim mesmo, os desígnios do Senhor são insondáveis. Há que ter fé e esperar...
Agradeço à Sra. Enfermeira-Chefe Helena Lucas, o resolver de assuntos; agradeço o serviço eficiente do Enfermeiro Especialista Victor Mendes, e à Enfermeira Rita Semedo.
Muito obrigado.
O vosso apoio tem sido fundamental para vencer a tristeza, depressão, angústia, que facilmente se apoderam de uma pessoa.
A espera por algo que sabemos ser a única solução é terrível. Mas é assim mesmo, os desígnios do Senhor são insondáveis. Há que ter fé e esperar...
Agradeço à Sra. Enfermeira-Chefe Helena Lucas, o resolver de assuntos; agradeço o serviço eficiente do Enfermeiro Especialista Victor Mendes, e à Enfermeira Rita Semedo.
Muito obrigado.
Viúvas-Negras
A viúva-negra é uma espécie de aranha extremamente perigosa. Sua picada pode,quase sempre, ser fatal devido ao seu concentrado veneno. Seu nome origina-se do seu acasalamento, que, após a cópula com o macho da mesma espécie, esta acaba por matá-lo e em alguns casos , até consome-o como alimento, tornando-se assim uma viúva e negra por conta de sua cor escura. Possui uma ampla mancha vermelha no abdômen A viúva-negra é uma espécie de aranha extremamente perigosa.
Com as devidas ressalvas e adaptações temos no género humano feminino o equivalente. São as “pastilhas-elásticas” ou “chuingans”.
Atraem, mastigam, saboreiam enquanto a pastilha tem gosto e sabor, e enquanto for suficientemente flexível e maleável. Quando começar a enrrijecer, cospem-nas fora!
As adeptas das “pastilhas-elá sticas” partem para outra conquista na maior das calmas, sem remorsos, sem nenhum sentimento nem obrigação vicenda. Para o exterior proclamam, com a maior desenvoltura e desfaçatez, que a culpa era do homo-pastilha não lhes ter satisfeito isto, isso, aquilo ou aqueloutro. E há quem acredite!
Talvez isto, como outras coisas, ajude a perceber a miséria moral em que vivemos e caímos.
As viúvas-negras reinvindicam direitos, nada de deveres ou obrigações, com o beneplácito da jurisprudêcia que apesar de estarmos no século XXI, continua a funcionar, nestes casos, como se ainda estivessemos nos séculos XIX ou 1ª metade do século XX.
Não se conhece antidoto para as viúvas-negras. Precaução, intuição e sorte são as únicas armas conhecidas para se evitar cair na teia das viúvas-negras.
Não vale a pena contar com a pseudo-colaboração da família das viúvas-negras (ver post sobre “Omerta”). Conspiram, aliciam incautos, crentes e apaixonados, fazem connúbio para manter este status, este modo de vida rentável.
Concluíndo, uma desgraça infame mas socialmente aceite com o nosso tão velho e relho encolher de ombros, e pensamntos do genero: ele que abra os olhos e se amanhe!
Nitroglicerina
21 de Março de 2011, dia do início da Primavera. Um dia solarengo, lindo, que aprecio a partir da janela do meu quarto de Hospital.
Observo a azáfama das pessoas, que chegam nos seus automóveis e enchem o parque de estacionamento. Disseram-me que todos os dias trabalham aqui, Hospital do Litoral Alentejano, mais de 2.500 pessoas nos mais variados metiers.
Pois num dia assim, auspicioso, às 02.30 horas este vosso amigo teve de chamar de urgência a equipa de turno para o acudir ao problema do costume: dores fortes no peito, falta de ar, tonturas, sensação de morte súbita.
Num instante os enfermeiros, inexcedíveis em atenção, eficácia e prontidão, Fernando Vicente e Liliana Cordoeiro, administraram-me, depois de consultarem o médico de serviço no SO, Captopril para a tensão arterial (16 – 10); 1.000gr. de aspirina, e o imprescindível comprimido SOS – Nitro glicerina, que se coloca por baixo da língua e deixa-se dissolver lentamente enquanto os efeitos do alívio da dor e pressão se desvanecem.
Lindo começar do dia, não foi? Sejamos positivos: o resto do dia será melhor…
20 março 2011
Dia 20 no HLA
Hoje, dia 20, voltei a ter uma manifestação desagradável provocada pelo meu coração. Senti falta de ar, desorientação, equilíbrio instável e dor forte no peito. E estou dentro dum Hospital onde o socorro é imediato. Imaginem darem estas dores em casa, ou no trabalho,como me aconteceu no princípio do mês.
A alimentação é sem sal, mas variada, bem confeccionada. Não tenho razões de queixa da alimentação. A
limpeza é sempre de manhã: chão e quarto de banho. Mudam todos os dias a roupa da cama, assim como as toalhas do banho.
Sou controlado de hora a hora quanto à glicemia, tensão arterial, e por causa do rush tomo injecções de cortisona. Comprimidos são tantos que já desisti de perguntar para que servem. Tomo-os e pronto!
Amanhã tenho a visita dos "vampiros" - colectores de sangue para analises, e analise à urina, em jejum.
Notícias de Lisboa (Santa Maria ou Santa Marta) é que não há meio de chegar.
Estou em baixo. Recebi duas visitas, uma familiar e outra de colega. Tentaram levantar-me o animo, mas há dias assim: sinto-me depressivo, triste, com pensamentos estranhos.
Decidi destacar pela simpatia, profissionalismo, eficiência, os enfermeiros Serafim Silva e Helena Queirós. Muitos outros também o merecem, mas deu-me na telha fazê-lo...
A alimentação é sem sal, mas variada, bem confeccionada. Não tenho razões de queixa da alimentação. A
limpeza é sempre de manhã: chão e quarto de banho. Mudam todos os dias a roupa da cama, assim como as toalhas do banho.
Sou controlado de hora a hora quanto à glicemia, tensão arterial, e por causa do rush tomo injecções de cortisona. Comprimidos são tantos que já desisti de perguntar para que servem. Tomo-os e pronto!
Amanhã tenho a visita dos "vampiros" - colectores de sangue para analises, e analise à urina, em jejum.
Notícias de Lisboa (Santa Maria ou Santa Marta) é que não há meio de chegar.
Estou em baixo. Recebi duas visitas, uma familiar e outra de colega. Tentaram levantar-me o animo, mas há dias assim: sinto-me depressivo, triste, com pensamentos estranhos.
Decidi destacar pela simpatia, profissionalismo, eficiência, os enfermeiros Serafim Silva e Helena Queirós. Muitos outros também o merecem, mas deu-me na telha fazê-lo...
Dia do PAI
Ontem, 19 de Março, foi Dia do PAI.
Recebi da minha filha o livro que apresento em baixo.
Obrigado por te lembrares.
Recebi da minha filha o livro que apresento em baixo.
Obrigado por te lembrares.
O que temos...
Infelizmente a sociedade actual valoriza o acessório, o parecer bem, os acéfalos, sem sentido crítico, falsos crentes, bem-falantes, narizes empinados (diz-se ter auto-estima!), e cujo único valor que prezam é a lei “Omerta”- Uma parte interessante do jogo são as famílias, família é um grupo de mafiosos que se reúnem por protecção mútua e com ideais de lealdade e respeito, toda família tem certas leis, que se desobedecidas podem ir desde alguma punição até expulsão.
A família possui uma hierarquia. Capo é como um líder local da família, podendo juntar à sua volta até 25 membros da família.
O cinismo e a hipocrisia fazem caminho, numa sociedade consumista, que despreza o mérito, o saber académico, a experiência, o bom senso. Prefere a cunha, o favor, o esperto, o desenrascanço, o bom/boa malandro, o nome de Família…
O que conte é o momento, vive-se para o show-off, para as luzes da ribalta. Quer-se ser socialite, para aparecer nos sítios in, para padrões de vida incomportáveis com o trabalho produzido por esses e essas figurinhas. Penso que para parecerem estar de bem com todo o mundo, conveniente, praticam cumprimentos e sorrisos falsos.
Pobre país que se não mete a marcha a trás nestes desmandos, verá as Omertas sicilianas continuar a medrar nas empresas, no Estado, no quotidiano familiar e na sociedade em geral…
A família possui uma hierarquia. Capo é como um líder local da família, podendo juntar à sua volta até 25 membros da família.
O cinismo e a hipocrisia fazem caminho, numa sociedade consumista, que despreza o mérito, o saber académico, a experiência, o bom senso. Prefere a cunha, o favor, o esperto, o desenrascanço, o bom/boa malandro, o nome de Família…
O que conte é o momento, vive-se para o show-off, para as luzes da ribalta. Quer-se ser socialite, para aparecer nos sítios in, para padrões de vida incomportáveis com o trabalho produzido por esses e essas figurinhas. Penso que para parecerem estar de bem com todo o mundo, conveniente, praticam cumprimentos e sorrisos falsos.
Pobre país que se não mete a marcha a trás nestes desmandos, verá as Omertas sicilianas continuar a medrar nas empresas, no Estado, no quotidiano familiar e na sociedade em geral…
19 março 2011
6 quilos
Minhas amigas e já agora amigos, se tem problemas com o seu peso tenho uma solução para si: quinze dias num sítio bem localizado, com magnífica vista para a serra e montes circundantes, ambiente calmo, bucólico até, alimentação sem sal, uns vinte comprimidos ao dia, umas tantas "picas", et voilá, vocês perdem 6, sim escrevi seis quilos num instantinho! Que tal? Interessados? Inscrevam-se...
17 março 2011
5º C
Já vi e li o que tiveram a amabilidade de me escrever em prosa, desenhar, ilustrar, colocar em poemas.
Não tenho vergonha de dizer-vos: foram das coisas mais bonitas que alguma vez recebi. Emocionei-me.
Quando puder fazer scanner, prometo publicar o que me enviaram. Agora, como compreendem não o posso fazer, porque estou internado no Hospital do Litoral Alentejano.
Um médico "anjo-da-guarda" estava presente quando recebi os vossos testemunhos. Talvez por ser nosso Hermano, mas onde a cultura e a escolaridade são verdadeiras prioridades há muito tempo, ficou sensibilizadíssimo com o que viu e leu. A voz não enganava, estava embargada, e disse que apreciava conhecer essa turma (o meu 5º C) que tanto apreciava, se preocupava, com o seu Professor.
Ficamos ambos quase sem palavras. As vossa é que eram verdadeiras, autênticas, bem-vindas!
Vocês ficarão para sempre na minha memória. Os meus problemas de saúde não deverão deixar-me regressar à leccionação este ano lectivo de certeza (o cataterimo precisa de 90 dias de recuperação). E dependente de como correr a operação ao coração e pós-operatório, o próximo ano lectivo está periclitante ( o período de recuperação ronda os 24 meses, se tudo correr bem).
Quero do fundo do coração que tenham rapidamente um(a) professor(a) substituto(a) que vos compreenda, aceite, responsabilize, ensine e prepare para os futuros cidadãos que todos desejamos que sejam.
Quanto às avaliações pelo menos já estão feitas, corrigidas, classificadas e entregues até meados do 2º Período. Se mais não houverem, entram em linha com as do 1º Período - avaliação contínua, lembram-se?
Beijinhos e abraços para todos
Não tenho vergonha de dizer-vos: foram das coisas mais bonitas que alguma vez recebi. Emocionei-me.
Quando puder fazer scanner, prometo publicar o que me enviaram. Agora, como compreendem não o posso fazer, porque estou internado no Hospital do Litoral Alentejano.
Um médico "anjo-da-guarda" estava presente quando recebi os vossos testemunhos. Talvez por ser nosso Hermano, mas onde a cultura e a escolaridade são verdadeiras prioridades há muito tempo, ficou sensibilizadíssimo com o que viu e leu. A voz não enganava, estava embargada, e disse que apreciava conhecer essa turma (o meu 5º C) que tanto apreciava, se preocupava, com o seu Professor.
Ficamos ambos quase sem palavras. As vossa é que eram verdadeiras, autênticas, bem-vindas!
Vocês ficarão para sempre na minha memória. Os meus problemas de saúde não deverão deixar-me regressar à leccionação este ano lectivo de certeza (o cataterimo precisa de 90 dias de recuperação). E dependente de como correr a operação ao coração e pós-operatório, o próximo ano lectivo está periclitante ( o período de recuperação ronda os 24 meses, se tudo correr bem).
Quero do fundo do coração que tenham rapidamente um(a) professor(a) substituto(a) que vos compreenda, aceite, responsabilize, ensine e prepare para os futuros cidadãos que todos desejamos que sejam.
Quanto às avaliações pelo menos já estão feitas, corrigidas, classificadas e entregues até meados do 2º Período. Se mais não houverem, entram em linha com as do 1º Período - avaliação contínua, lembram-se?
Beijinhos e abraços para todos
Episódio Recidivo
Dia 15 de Março, à noite, tive um ataque generalizado de rush em todo o corpo. Comichão como nunca tivera. Alguma reacção alimentar, porque quanto aos medicamentos não deve ser, porque são os mesmos desde o início do internamento. Tiveram de administrar-me 3 doses intravenosas de hidrocortizona, de 8 em 8 horas, para acalmar e superar o inesperado problema.
O pior aconteceu hoje, dia 17 de Março. O 1º episódio recidivo aconteceu às 00.50 horas. Já estava deitado a dormir. Acordei com uma dor fortíssima no peito, falta de ar, transpiração abundante. Os mesmos sinais de dias 3 e 4 p.p. Toquei a campainha de emergência. O pessoal de enfermagem ocorreu de imediato, actuou com precisão e eficácia. Mediram-me a tensão arterial: 17 – 12. Chamaram o médico, Dr. José António Quiles (o "anjo-da-guarda" de dia 4) que conversou, tranquilizou e receitou dois comprimidos: um tranquilizante para dormir e um comprimido de nitro glicerina, conhecido popularmente por SOS, que se coloca por baixo da língua, para prevenir eventuais enfartes.
Ok, parecia estar tudo bem. Medicado e deitado.
2º episódio: 02.00 horas. Novo enfarte, mais forte que o anterior. As dores eram tão forte que sentei-me no chão (para quem conheça o quarto tem cama e duas cadeiras). Chamei, mais uma vez, de emergência o pessoal de enfermagem. Vieram rápido, ouviram a queixa que apresentei, ajudaram sentar-me na cama, mediram a tensão arterial duas vezes: 18 -13 da 1ª vez, e 13 – 9 da 2ª vez. Administraram-me os mesmos medicamentos prescritos pelo médico aquando do 1º episódio, ocorrido cerca de uma hora antes. Um comprimido para dormir e um nitro glicerina (SOS) para evitar novos ataques.
Dormi o resto da noite, mas acordei, ainda, com uma ligeira dor no peito, que dei conta à 1ª auxiliar que entrou no quarto. Mas não insisti na queixa, pois à medida que fazia a higiene pessoal matinal, nada de errado voltei a sentir.
O pessoal de enfermagem, bem como o Dr. José António Quiles, calculo que devam ter feito referência no relatório das ocorrências do turno da noite ao acontecido. Assim, O meu médico Assistente no piso de enfermagem de Medicina, Dr. Armindo Ribeiro, veio ver-me informado dos episódios da madrugada, bem como do rush de dia anterior, e tomou decisões: tenho de passar a maior parte do tempo em repouso no leito, limitação drástica às visitas, não mais de duas horas de Internet por dia, aviso serio para limitar a recepção e/ou envio de mensagens escritas ou email, para já não falar em “proibição” de chamadas voz! Ordem – repouso, repouso, e mais repouso…
Segundo ele as minhas características sociais não me ajudam. Passo o tempo a pensar nos outros, a tentar resolver os problemas dos outros, a falar, e descuro-me pessoalmente. Segundo ele, tenho de inverter totalmente esta prioridade: primeiro eu, depois eu, em seguida eu, e então os outros. Isto se quero andar aqui, por este lindo planeta, mais uns anitos!
Desculpem se a partir de agora as coisas mudam, mas quando chegamos a este ponto, quase fim da linha, agarramos-nos a quem sabe disto, por já ter visto tantos casos de vida e morte, e seguimos os seus conselhos, desinteressados, sérios, prescientes.
Tenho-vos no coração, os mais próximos e mesmo os que se afastaram inexplicavelmente. Até qualquer dia. Depois do “falhanço” da operação ao cataterismo, do exame de Doppler, espero ansioso pela operação ao coração aberto. Os dias arrastam-se. E a mente humana pensa nos prós e nos contras. Afinal vão mexer no 2ºórgão mais delicado do corpo humano (só suplantado pelo cérebro). Desejem-me sorte, bem preciso dela. DEUS proteger- me-à.
O pior aconteceu hoje, dia 17 de Março. O 1º episódio recidivo aconteceu às 00.50 horas. Já estava deitado a dormir. Acordei com uma dor fortíssima no peito, falta de ar, transpiração abundante. Os mesmos sinais de dias 3 e 4 p.p. Toquei a campainha de emergência. O pessoal de enfermagem ocorreu de imediato, actuou com precisão e eficácia. Mediram-me a tensão arterial: 17 – 12. Chamaram o médico, Dr. José António Quiles (o "anjo-da-guarda" de dia 4) que conversou, tranquilizou e receitou dois comprimidos: um tranquilizante para dormir e um comprimido de nitro glicerina, conhecido popularmente por SOS, que se coloca por baixo da língua, para prevenir eventuais enfartes.
Ok, parecia estar tudo bem. Medicado e deitado.
2º episódio: 02.00 horas. Novo enfarte, mais forte que o anterior. As dores eram tão forte que sentei-me no chão (para quem conheça o quarto tem cama e duas cadeiras). Chamei, mais uma vez, de emergência o pessoal de enfermagem. Vieram rápido, ouviram a queixa que apresentei, ajudaram sentar-me na cama, mediram a tensão arterial duas vezes: 18 -13 da 1ª vez, e 13 – 9 da 2ª vez. Administraram-me os mesmos medicamentos prescritos pelo médico aquando do 1º episódio, ocorrido cerca de uma hora antes. Um comprimido para dormir e um nitro glicerina (SOS) para evitar novos ataques.
Dormi o resto da noite, mas acordei, ainda, com uma ligeira dor no peito, que dei conta à 1ª auxiliar que entrou no quarto. Mas não insisti na queixa, pois à medida que fazia a higiene pessoal matinal, nada de errado voltei a sentir.
O pessoal de enfermagem, bem como o Dr. José António Quiles, calculo que devam ter feito referência no relatório das ocorrências do turno da noite ao acontecido. Assim, O meu médico Assistente no piso de enfermagem de Medicina, Dr. Armindo Ribeiro, veio ver-me informado dos episódios da madrugada, bem como do rush de dia anterior, e tomou decisões: tenho de passar a maior parte do tempo em repouso no leito, limitação drástica às visitas, não mais de duas horas de Internet por dia, aviso serio para limitar a recepção e/ou envio de mensagens escritas ou email, para já não falar em “proibição” de chamadas voz! Ordem – repouso, repouso, e mais repouso…
Segundo ele as minhas características sociais não me ajudam. Passo o tempo a pensar nos outros, a tentar resolver os problemas dos outros, a falar, e descuro-me pessoalmente. Segundo ele, tenho de inverter totalmente esta prioridade: primeiro eu, depois eu, em seguida eu, e então os outros. Isto se quero andar aqui, por este lindo planeta, mais uns anitos!
Desculpem se a partir de agora as coisas mudam, mas quando chegamos a este ponto, quase fim da linha, agarramos-nos a quem sabe disto, por já ter visto tantos casos de vida e morte, e seguimos os seus conselhos, desinteressados, sérios, prescientes.
Tenho-vos no coração, os mais próximos e mesmo os que se afastaram inexplicavelmente. Até qualquer dia. Depois do “falhanço” da operação ao cataterismo, do exame de Doppler, espero ansioso pela operação ao coração aberto. Os dias arrastam-se. E a mente humana pensa nos prós e nos contras. Afinal vão mexer no 2ºórgão mais delicado do corpo humano (só suplantado pelo cérebro). Desejem-me sorte, bem preciso dela. DEUS proteger- me-à.
Recidiva de ataque cardíaco |
16 março 2011
Obrigado
Algumas frases/ citações que ajudam a enquadrarem o agradecimento às pessoas mencionadas, quiçá incompleto:
-Não vivemos como queremos, mas como podemos;
- Maldizemos a vida, mas tememos a morte;
- O mundo está cheio de pessoas que desde a infância nunca entraram por uma porta aberta com a mente aberta;
-Um homem de valor nunca é ingrato.
Vera Bernardo; Alice Bernardo; Maria Céu; Alexandre Gonçalves; Luís Gonçalves; José Coelho; Francisco Teixeira; Isa Coelho; Alzira Bordalo; Rita Bordalo; Ondina Bordalo; Lubélia Bordalo; Cláudio; Elsa Melo; José Melo.
Américo Jesus; Maria Jesus e Pias; Armando Ching; Timóteo Pfumo; Henrique Duarte.
António Espada; José Pinheiro; Mané Rangel; José Frederico; Sofia Santos; Ana Ribeiro; Liliana Filipa; Antónia Albardeiro; Cristina Moura; Rosa Dantas; Margarete Granja; Rosa M. Silva; Isabel Reis; Felizarda Barradas; Dulce Germano; Paula Delgado; Ana Rita; Luís Quintas.
Obrigado.
-Não vivemos como queremos, mas como podemos;
- Maldizemos a vida, mas tememos a morte;
- O mundo está cheio de pessoas que desde a infância nunca entraram por uma porta aberta com a mente aberta;
-Um homem de valor nunca é ingrato.
Vera Bernardo; Alice Bernardo; Maria Céu; Alexandre Gonçalves; Luís Gonçalves; José Coelho; Francisco Teixeira; Isa Coelho; Alzira Bordalo; Rita Bordalo; Ondina Bordalo; Lubélia Bordalo; Cláudio; Elsa Melo; José Melo.
Américo Jesus; Maria Jesus e Pias; Armando Ching; Timóteo Pfumo; Henrique Duarte.
António Espada; José Pinheiro; Mané Rangel; José Frederico; Sofia Santos; Ana Ribeiro; Liliana Filipa; Antónia Albardeiro; Cristina Moura; Rosa Dantas; Margarete Granja; Rosa M. Silva; Isabel Reis; Felizarda Barradas; Dulce Germano; Paula Delgado; Ana Rita; Luís Quintas.
Obrigado.
15 março 2011
Doença Coronária com Bipolar
A vida é assim mesmo. Até um dia sentimo-nos bem. Fazemos as nossas caminhadas, abstemo-nos das bebidas brancas, e mesmo o álcool resumia-se às principais refeições e moderado, já se tinha cortado com o açúcar e com o sal. A comida desde há dois anos eram grelhados, cozidos, assados no forno. Nada de enlatados. Verduras, hortaliças, sopas, batatas, massas, arroz, fruta, carnes brancas (frango, peru, pato), borrego e porco magro. Fritos só de vez em quando, idem para os doces.Não obstante estes cuidados, que reputo de alimentação cuidada, tenho colesterol, diabetes.
Fumava, é verdade, mas acabou-se! O problema está no stress laboral e familiar!
Por volta de meados de Fevereiro comecei a sentir-me mal, cansava-me com extrema facilidade. Para dar uma ideia, uma simples caminhada de 100 metros deixava-me completamente exausto, com falta de ar, a transpirar abundantemente. Arrastava os pés ao caminhar. Cheguei a sentar-me em qualquer lado, dado o pânico que sentia – num muro, até no lancil das estradas.
Depois vieram as pontadas agudas nas costas. Pareciam punhais a espetar-me. Onde estivesse parava, não me mexia, e até tinha medo de respirar tal a sensação de desconforto e de que se enchesse o peito de ar, o coração rebentaria.
Apesar da doença absoluta e permanentemente incapacitante para o trabalho, o sentido de honra profissional levou-me a que fizesse as matrizes, tabela de cotações, e corrigisse, pontuasse e classificasse duas turmas de História, com 26 e 22 alunos, e cada teste tinha 20 questões. Corrigi ainda os testes de Português de Expressão Escrita e de Compreensão Oral de 26 alunos. Após isso, há que fazer o lançamento em grelhas Excel apropriadas. Horas e horas que só quem é da arte sabe o que custam… E não são contabilizadas nas 35 horas semanais da F.P. nem tão pouco pagas como extraordinárias, ou compensadas seja lá de que maneira pensarem.
Por fim chegou a fase aguda, insuportável. As dores no peito, enormes, indescritíveis, sufocantes, que se estendiam por todo o tronco e braços. 20 minutos de terror.
Tive um enfarte no dia 3 de Março, de manhã. Como estava em pânico consegui chamar a minha filha que me trouxe às Urgências do H.L.A. por volta das 11 horas. Fui visto na triagem e mais tarde por uma médica que me disse que o meu mal era tabaco! Atendeu-me, sem se levantar, aí uns 120 segundos. Não mediu a tensão arterial, não auscultou. Disse com base em observação ocular à distância: o seu mal é tabaco! Passe bem, boa tarde. Eram 14.30 horas. Fui para casa “descansadíssimo”…
Dia 4 de Março dei aulas da parte da manhã, isto é, das 8.30 às 12.45 horas. Fui a casa almoçar, como sempre, e voltei à escola perto das 14.30, hora a que recomeçaria o turno da tarde. Tive um ataque fulminante, uma dor incontável. Não consegui subir ao 1º piso onde iria leccionar. Dirigi-me, arrastando-me, ao órgão directivo, e disse-lhes que estava a sentir-me extremamente mal, com uma dor fortíssima no peito e braços. Exudava abundantemente, não me conseguia aguentar de pé, tive de sentar-me, tinha dificuldade em articular palavras com fluência. Trouxeram um 1º aparelho para medir a tensão arterial. Não funcionava. Trouxeram um 2º aparelho: deu 18 – 12 !! Estava rodeado por inúmeras pessoas, adultas, com cargos de responsabilidade, experientes, e ninguém chamou o 112 – INEM. Há uma frase que não me esquecerei, ainda para mais repetida duas vezes: “és um homem, ou um rato?”O Sr. Director ofereceu-se para me trazer ao hospital. Acabou por ser a minha filha a transportar-me do meu local de trabalho ao hospital. Consequência: como não vim de ambulância, apesar do enfarte, estive das 15 horas até às 19 horas para ser visto por um médico. Felizmente que o médico acreditou no que lhe disse (homem calmo, ponderado, africano), e mandou de imediato fazer uma serie de exames. Às 21 h. chamou-me e disse-me que precisava de conferenciar com outros colegas de Medicina Interna. Esperei mais uma vez na sala de espera. Fui chamado por um médico de ascendência do Leste, que analisou os resultados e remeteu a resolução para um 3º médico, espanhol, conciso, sisudo, proficiente, que mandou repetir todos os exames iniciais que efectuara. São 24 h. quando este competente médico, Dr. José António Quiles, me diz de forma directa, desassombrada, olhos nos olhos, que tinha tido dois enfartes do miocárdio agudos, um na 5ª e outro na 6ª feira, e se queria viver tinha de ficar internado de imediato na Urgência – SO. Dei entrada às 00.15 h. de dia 5 de Março. Ainda estou internado no H.L.A.
Comprimidos já tomei centenas. “Picas” para recolha de sangue dezenas. Estou monitorizado de hora a hora, é para a glicemia, para a hipertensão, para a “espessura” do sangue, para o colesterol, sei lá que mais…
Dia 9 de Março fui levado de ambulância ao Hospital Santa Maria em Lisboa, para fazer um cataterismo. O acto médico correu bem, embora me tenha doido imenso a injecção das linhas guias e do líquido contrastante. O pior foi as notícias na sala de recobro após o cataterismo: tenho de fazer uma operação de coração aberto, com corte do esterno, para desobstruir três artérias entupidas e rectificar a aorta superior. Então é assim, explicado pelo médico que me fez o cataterismo : uma artéria está obstruída a 100%; uma segunda a 92%; a terceira acima dos 50%; a quarta está limpa, desimpedida. Isto é, a função de grande e de pequena circulação do sangue, no meu caso, faz-se por uns meros 40% de capacidade necessária. Quanto a mexer na artéria aorta o caso ainda é mais bicudo. O médico limitou-se a dizer que vai correr tudo bem. Ah já me esquecia de dizer que vão fazer-me uns by-passes com veias tiradas dos pés.
Aguado a data da operação. A espera é angustiante. Estou na ala de enfermaria de Medicina A.
Sei que vou ser injusto, mas peço desculpa antecipada, porque não sei ou não me lembro dos nomes de todos os que me protegeram, trataram, cuidaram. Ainda assim aqui deixo registo de alguns: Drs. Sousa e Costa, Pedro Marques, Armindo Ribeiro, Rui Costa, J. Paulo Caixinha, e Dras. Susana Feitas, e Sofia Silva. Agradeço ainda o apoio dos Drs. Loução, João Campos, e Edgar.
E que dizer nos inúmeros profissionais de enfermagem (excelentes) que comigo interagiram? Só tenho uma expressão: muito obrigado, “kanimambo”, extensivo ao pessoal auxiliar de vários serviços.
Fumava, é verdade, mas acabou-se! O problema está no stress laboral e familiar!
Por volta de meados de Fevereiro comecei a sentir-me mal, cansava-me com extrema facilidade. Para dar uma ideia, uma simples caminhada de 100 metros deixava-me completamente exausto, com falta de ar, a transpirar abundantemente. Arrastava os pés ao caminhar. Cheguei a sentar-me em qualquer lado, dado o pânico que sentia – num muro, até no lancil das estradas.
Depois vieram as pontadas agudas nas costas. Pareciam punhais a espetar-me. Onde estivesse parava, não me mexia, e até tinha medo de respirar tal a sensação de desconforto e de que se enchesse o peito de ar, o coração rebentaria.
Apesar da doença absoluta e permanentemente incapacitante para o trabalho, o sentido de honra profissional levou-me a que fizesse as matrizes, tabela de cotações, e corrigisse, pontuasse e classificasse duas turmas de História, com 26 e 22 alunos, e cada teste tinha 20 questões. Corrigi ainda os testes de Português de Expressão Escrita e de Compreensão Oral de 26 alunos. Após isso, há que fazer o lançamento em grelhas Excel apropriadas. Horas e horas que só quem é da arte sabe o que custam… E não são contabilizadas nas 35 horas semanais da F.P. nem tão pouco pagas como extraordinárias, ou compensadas seja lá de que maneira pensarem.
Por fim chegou a fase aguda, insuportável. As dores no peito, enormes, indescritíveis, sufocantes, que se estendiam por todo o tronco e braços. 20 minutos de terror.
Tive um enfarte no dia 3 de Março, de manhã. Como estava em pânico consegui chamar a minha filha que me trouxe às Urgências do H.L.A. por volta das 11 horas. Fui visto na triagem e mais tarde por uma médica que me disse que o meu mal era tabaco! Atendeu-me, sem se levantar, aí uns 120 segundos. Não mediu a tensão arterial, não auscultou. Disse com base em observação ocular à distância: o seu mal é tabaco! Passe bem, boa tarde. Eram 14.30 horas. Fui para casa “descansadíssimo”…
Dia 4 de Março dei aulas da parte da manhã, isto é, das 8.30 às 12.45 horas. Fui a casa almoçar, como sempre, e voltei à escola perto das 14.30, hora a que recomeçaria o turno da tarde. Tive um ataque fulminante, uma dor incontável. Não consegui subir ao 1º piso onde iria leccionar. Dirigi-me, arrastando-me, ao órgão directivo, e disse-lhes que estava a sentir-me extremamente mal, com uma dor fortíssima no peito e braços. Exudava abundantemente, não me conseguia aguentar de pé, tive de sentar-me, tinha dificuldade em articular palavras com fluência. Trouxeram um 1º aparelho para medir a tensão arterial. Não funcionava. Trouxeram um 2º aparelho: deu 18 – 12 !! Estava rodeado por inúmeras pessoas, adultas, com cargos de responsabilidade, experientes, e ninguém chamou o 112 – INEM. Há uma frase que não me esquecerei, ainda para mais repetida duas vezes: “és um homem, ou um rato?”O Sr. Director ofereceu-se para me trazer ao hospital. Acabou por ser a minha filha a transportar-me do meu local de trabalho ao hospital. Consequência: como não vim de ambulância, apesar do enfarte, estive das 15 horas até às 19 horas para ser visto por um médico. Felizmente que o médico acreditou no que lhe disse (homem calmo, ponderado, africano), e mandou de imediato fazer uma serie de exames. Às 21 h. chamou-me e disse-me que precisava de conferenciar com outros colegas de Medicina Interna. Esperei mais uma vez na sala de espera. Fui chamado por um médico de ascendência do Leste, que analisou os resultados e remeteu a resolução para um 3º médico, espanhol, conciso, sisudo, proficiente, que mandou repetir todos os exames iniciais que efectuara. São 24 h. quando este competente médico, Dr. José António Quiles, me diz de forma directa, desassombrada, olhos nos olhos, que tinha tido dois enfartes do miocárdio agudos, um na 5ª e outro na 6ª feira, e se queria viver tinha de ficar internado de imediato na Urgência – SO. Dei entrada às 00.15 h. de dia 5 de Março. Ainda estou internado no H.L.A.
Comprimidos já tomei centenas. “Picas” para recolha de sangue dezenas. Estou monitorizado de hora a hora, é para a glicemia, para a hipertensão, para a “espessura” do sangue, para o colesterol, sei lá que mais…
Dia 9 de Março fui levado de ambulância ao Hospital Santa Maria em Lisboa, para fazer um cataterismo. O acto médico correu bem, embora me tenha doido imenso a injecção das linhas guias e do líquido contrastante. O pior foi as notícias na sala de recobro após o cataterismo: tenho de fazer uma operação de coração aberto, com corte do esterno, para desobstruir três artérias entupidas e rectificar a aorta superior. Então é assim, explicado pelo médico que me fez o cataterismo : uma artéria está obstruída a 100%; uma segunda a 92%; a terceira acima dos 50%; a quarta está limpa, desimpedida. Isto é, a função de grande e de pequena circulação do sangue, no meu caso, faz-se por uns meros 40% de capacidade necessária. Quanto a mexer na artéria aorta o caso ainda é mais bicudo. O médico limitou-se a dizer que vai correr tudo bem. Ah já me esquecia de dizer que vão fazer-me uns by-passes com veias tiradas dos pés.
Aguado a data da operação. A espera é angustiante. Estou na ala de enfermaria de Medicina A.
Sei que vou ser injusto, mas peço desculpa antecipada, porque não sei ou não me lembro dos nomes de todos os que me protegeram, trataram, cuidaram. Ainda assim aqui deixo registo de alguns: Drs. Sousa e Costa, Pedro Marques, Armindo Ribeiro, Rui Costa, J. Paulo Caixinha, e Dras. Susana Feitas, e Sofia Silva. Agradeço ainda o apoio dos Drs. Loução, João Campos, e Edgar.
E que dizer nos inúmeros profissionais de enfermagem (excelentes) que comigo interagiram? Só tenho uma expressão: muito obrigado, “kanimambo”, extensivo ao pessoal auxiliar de vários serviços.
Hospital do Litoral Alentejano |
Desde meados de Fevereiro
Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou enfarte agudo do miocárdio (EAM), popularmente e erroneamente conhecido como ataque cardíaco (um erro popular na interpretação do termo médico taquicardia), é um processo de necrose (morte do tecido) de parte do músculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigénio.
É causado pela redução do fluxo sanguíneo coronário de magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas.
A causa habitual da morte celular é uma isquemia (deficiência de aporte sanguíneo) no músculo cardíaco, por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação de um coágulo sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose causando estreitamentos luminais de dimensões variadas.
O diagnóstico definitivo de um enfarto depende da demonstração da morte celular. Este diagnóstico é feito de maneira indirecta, por sintomas que a pessoa sente, por sinais de surgem em seu corpo, por alterações em um electrocardiograma e por alterações de certas substâncias (marcadores de lesão miocárdica) no sangue.
O tratamento busca diminuir o tamanho do enfarto e reduzir as complicações pós enfarto. Envolve cuidados gerais como repouso, monitorização intensiva da evolução da doença, uso de medicações e procedimentos chamados invasivos, como angioplastia coronária e cirurgia cardíaca. O tratamento é diferente conforme a pessoa, já que áreas diferentes quando a localização e tamanho podem ser afectadas, e resposta de cada pessoa ao enfarto ser particular.
O grau de disfunção ventricular esquerda é um dos factores de risco mais importantes na sobrevida pós IAM. Cerca de 30% a 50% dos pacientes apresentam sinais de dilatação ventricular, dependendo do local e extensão do enfarto, da perviabilidade ou não da artéria ocluída, da intensidade da circulação colateral e dos factores que aumentam a tensão ventricular.
A remodelação começa dentro de horas e continua por vários meses, mesmo após a cicatrização histológica da área enfartada, a qual dura de seis semanas a seis meses.
Os factores de risco para enfarto agudo do miocárdio estão associados a arteriosclerose ou doença coronariana. Os factores de risco podem ser divididos em dois grupos:
• Factores que podem ser mudados ou controlados:
o Colesterol alto
o Hipertensão arterial
o Tabagismo
o Excesso de peso
o Sedentarismo
o Diabetes Mellitus
o Apneia do sono - aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias e enfarto.
• Fatores que não podem ser mudados
o Idade
- História familiar ou predisposição genética
• O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso retroesternal (atrás do osso esterno) que é muitas vezes referida como aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso.
• Frequentemente esses sintomas são acompanhados por náuseas, vómitos, sudorese, palidez e sensação de morte iminente. A duração é caracteristicamente superior a 20 minutos. Dor com as características típicas, mas com duração inferior a 20 minutos sugere angina do peito, onde ainda não ocorreu a morte do músculo cardíaco.
• Podem, no entretanto, ocorrer outras doenças decorrentes do enfarto. São as chamadas complicações pós enfarto.
• Sua gravidade se encontra dentro de uma faixa bem ampla de possibilidades, desde a morte súbita ou incapacidade permanente, até a ausência total de consequências para a vida futura do enfartado.
São complicações possíveis:
• Arritmias cardíacas
• Distúrbios de condução ou bloqueios
• Insuficiência cardíaca
• Disfunções das válvulas cardíacas
• Aneurisma cardíaco
• Ruptura cardíaca, seja do septo interventricular, seja da parede externa do coração
• Pericardiopatias
• Tromboembolia pulmonar
• Tromboembolia sistêmica
• Choque cardiogênico
O meu muito obrigado a todas as equipas médicas, de enfermagem e de auxiliares do Hospital do Litoral Alentejano, que me tem socorrido desde 4 de Março corrente. Quando temos a vida por um fio, damos valor a esses profissionais abnegados como nunca o tinhamos pensado antes.
Os meus agradecimentos sinceros a todos os que me tem visitado, telefonado ou enviado mensagens. Bem hajam!
É causado pela redução do fluxo sanguíneo coronário de magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas.
A causa habitual da morte celular é uma isquemia (deficiência de aporte sanguíneo) no músculo cardíaco, por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação de um coágulo sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose causando estreitamentos luminais de dimensões variadas.
O diagnóstico definitivo de um enfarto depende da demonstração da morte celular. Este diagnóstico é feito de maneira indirecta, por sintomas que a pessoa sente, por sinais de surgem em seu corpo, por alterações em um electrocardiograma e por alterações de certas substâncias (marcadores de lesão miocárdica) no sangue.
O tratamento busca diminuir o tamanho do enfarto e reduzir as complicações pós enfarto. Envolve cuidados gerais como repouso, monitorização intensiva da evolução da doença, uso de medicações e procedimentos chamados invasivos, como angioplastia coronária e cirurgia cardíaca. O tratamento é diferente conforme a pessoa, já que áreas diferentes quando a localização e tamanho podem ser afectadas, e resposta de cada pessoa ao enfarto ser particular.
O grau de disfunção ventricular esquerda é um dos factores de risco mais importantes na sobrevida pós IAM. Cerca de 30% a 50% dos pacientes apresentam sinais de dilatação ventricular, dependendo do local e extensão do enfarto, da perviabilidade ou não da artéria ocluída, da intensidade da circulação colateral e dos factores que aumentam a tensão ventricular.
A remodelação começa dentro de horas e continua por vários meses, mesmo após a cicatrização histológica da área enfartada, a qual dura de seis semanas a seis meses.
Os factores de risco para enfarto agudo do miocárdio estão associados a arteriosclerose ou doença coronariana. Os factores de risco podem ser divididos em dois grupos:
• Factores que podem ser mudados ou controlados:
o Colesterol alto
o Hipertensão arterial
o Tabagismo
o Excesso de peso
o Sedentarismo
o Diabetes Mellitus
o Apneia do sono - aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias e enfarto.
• Fatores que não podem ser mudados
o Idade
- História familiar ou predisposição genética
• O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso retroesternal (atrás do osso esterno) que é muitas vezes referida como aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso.
• Frequentemente esses sintomas são acompanhados por náuseas, vómitos, sudorese, palidez e sensação de morte iminente. A duração é caracteristicamente superior a 20 minutos. Dor com as características típicas, mas com duração inferior a 20 minutos sugere angina do peito, onde ainda não ocorreu a morte do músculo cardíaco.
• Podem, no entretanto, ocorrer outras doenças decorrentes do enfarto. São as chamadas complicações pós enfarto.
• Sua gravidade se encontra dentro de uma faixa bem ampla de possibilidades, desde a morte súbita ou incapacidade permanente, até a ausência total de consequências para a vida futura do enfartado.
São complicações possíveis:
• Arritmias cardíacas
• Distúrbios de condução ou bloqueios
• Insuficiência cardíaca
• Disfunções das válvulas cardíacas
• Aneurisma cardíaco
• Ruptura cardíaca, seja do septo interventricular, seja da parede externa do coração
• Pericardiopatias
• Tromboembolia pulmonar
• Tromboembolia sistêmica
• Choque cardiogênico
O meu muito obrigado a todas as equipas médicas, de enfermagem e de auxiliares do Hospital do Litoral Alentejano, que me tem socorrido desde 4 de Março corrente. Quando temos a vida por um fio, damos valor a esses profissionais abnegados como nunca o tinhamos pensado antes.
Os meus agradecimentos sinceros a todos os que me tem visitado, telefonado ou enviado mensagens. Bem hajam!