Historicando

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18 janeiro 2013

Cortes, relatórios, estudos, pressões tutelares, neocolonatos, servos da gleba hodiernos, etc., …


Há quem questione se o relatório do FMI se trata mesmo de um relatório da instituição ou se do “pedido de um estudo do Governo para que o FMI venha dar sustentação àquilo que o Governo quer fazer ou já decidiu fazer sobre o Estado social”.
“Portugal obteve progressos notáveis nos últimos 18 meses em termos de reformas estruturais e consolidação das finanças públicas, com grandes sacrifícios e grande determinação da parte das 2 autoridades portuguesas e do povo português. Mas a dívida do país ainda é elevada, e precisa de ser contida para assegurar a plena recuperação. Portugal também precisa de restaurar a sua capacidade de se auto-financiar a taxas razoáveis. Isto significa que o ajustamento orçamental é imperativo, e tem de prosseguir.” - Washington, 17 de Outubro de 2012, o chefe da missão do FMI para Portugal, Abebe Aemro Selassie.
O DN reconhece que, ao contrário do que Passos Coelho afirmou há dias, o Governo não pediu ainda um estudo à OCDE para a “refundação” do Estado Social. No entanto o jornal já está em condições de avançar com as conclusões do estudo que ainda não foi pedido: “apesar de não existir ainda qualquer pedido formal, o estudo será feito e acabará por conter algumas recomendações parecidas às já avançadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada.” Mais, o DN até já conhece com alguma minúcia essas conclusões que a OCDE um dia apresentará: “Cortes no subsídio de desemprego de quem tem mais anos de trabalho, redução dos salários públicos, com especial incidência nos funcionários menos qualificados, e aumento do horário de trabalho serão três propostas que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) deverá verter dentro de alguns meses num estudo sobre a reforma do Estado português.”