Historicando

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14 janeiro 2013

A normalidade é possível


Wegelin, eis o nome do mais antigo banco da Suíça. Foi fundado em 1741 e está a viver os seus últimos momentos. Com sede na pequena cidade de St. Gallen, este banco acabou por admitir a sua culpa num processo que lhe foi movido pelo Internai Revenue Service dos EUA. Durante uma década, este banco deu cobertura à evasão fiscal por parte de uma centena de cidadãos norte-americanos.
1,2 mil milhões de dólares foram desviados para fora do alcance das autoridades tributá- rias de Washington. O banco confessou também, através do seu administrador Otto Bruderer, aquilo que toda a gente sabe mas que nunca havia sido confirmado por um alto quadro de uma instituição banca ria: o apoio à evasão fiscal tem sido uma prática generalizada da banca helvética. O banco irá pagar uma indemnização de 57,8 milhões de dólares. Pouco, comparativamente aos 780 milhões de dólares desembolsados em 2009 pelo ÜBS ao Tesouro federal dos EUA, por um crime semelhante. O banco vai fechar as suas actividades, num processo de falência em que nem os seus clientes nem os contribuintes vão ser prejudicados. Esta pequena história, narrada pela BBC, mostra que a normalidade está ao nosso alcance. Ao contrário do que acontece em Portugal e na Zona Euro, onde os países parecem ser propriedade dos bancos, na Suíça e nos EUA os bancos são empresas que, como quaisquer outras, não são imortais nem inimputáveis.
São países em que o Estado parece perseguir o interesse geral, e as leis, apesar da imperfeição inerente às obras humanas, são medidas pelo contínuo esforço de aproximação à realização da ideia de justiça.
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