Historicando

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14 agosto 2012

Empresários … precisam-se!

1 - O Grupo Mello já tem nas mãos o plano para reduzir o elevado endividamento junto da banca nacional: a Brisa. A partir de agora, a grande fatia dos cash-flows, lucros e dividendos que a Brisa venha a gerar e pagar serão direccionados para os cofres dos credores do Grupo Mello, abatendo assim uma dívida total bruta à banca que ascendia, no final de 2011, a 3,06 mil milhões de euros. A OPA acabou, assim, por se revelar uma operação vantajosa para ambas as partes. Para os Mello, a possibilidade de reduzirem, a prazo, o seu endividamento; para os bancos a garantia do cumprimento das obrigações financeiras. "Foi uma operação de reestruturação de crédito, que possibilita ao Grupo Mello usar a Brisa para pagar a dívida que tem junto da banca" – Vasco de Mello, empresário, presidente da Brisa. - http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO055885.html
2 - Como é que um empresário que fundou tantas empresas vive sem produzir?
Mas quem disse que não estou a produzir?! Estou a produzir e muito. Um empresário é um criador, não é um industrial que faz a sua fábrica e fica lá a vida toda. O empresário tem de conhecer o mundo e criar novas condições. Eu, passo a imodéstia, considero-me um empresário, um criador, criei ene empresas (…) – Ilídio Pinho, empresário, presidente da Fomentinvest. - http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO055893.html?page=11
3 – “Todas as grandes conquistas são, ao princípio, impossíveis" – provérbio chinês. 52,8 Milhões – Dívida do projecto turístico. A Sociedade Alentejana de Investimento e Participações (SAIP), liderada por José Roquette, revelou que o valor da dívida das sociedades promotoras do maior complexo turístico no Alqueva – actual Roncão d'El Rei – é de 52,88 milhões de euros. Promotores do Parque Alqueva apresentaram pedido de insolvência. Divergências com a CGD estarão na origem da decisão. - José Roquette, empresáriohttp://www.clipquick.com/Files/Imprensa/2012/08-11/0/1_1876334_FA1D2777B95356D61A349F49C8EFF07D.pdf
4 - O problema não está tanto nos empresários que temos, mas sim naqueles que poderíamos ter se pessoas preparadas estivem dispostas a correr os riscos associados à criação de novas empresas. Portugal seria mais rico. E a taxa de desemprego bem menor. António Câmara, empresário.
5 - Um dos homens fortes da Logoplaste considera que há um problema de liderança e falta de cosmopolismo nos empresários portugueses, que não sabem tirar partido dos recursos humanos que têm. “O maior problema que existe em Portugal é a classe empresarial” – Filipe de Botton, empresário.
6 - Sempre considerei desnecessária a preocupação permanente dos empresários e das associações empresariais com o Código do Trabalho. O código não é o problema principal da economia portuguesa. Os problemas da economia portuguesa são outros e a obsessão excessiva com o Código do Trabalho acaba por desviar os empresários daquilo que é essencial. O problema maior é os custos dos transportes, da burocracia, da energia e das telecomunicações – aquilo que se chamou “custos de contexto”. Em segundo lugar, a logística – fizemos auto-estradas, gastámos dinheiro que não tínhamos em auto--estradas, e esquecemos o transporte marítimo e ferroviário. Ora seria o transporte marítimo e ferroviário que poderia cortar muitos dos custos e pôr Portugal numa melhor situação, aumentando a rapidez na exportação. Em terceiro lugar, a justiça – ter uma justiça rápida é essencial. E ter financiamento, nomeadamente um financiamento às encomendas que as empresas têm, porque acontece as empresas terem encomendas e não terem dinheiro para lhes dar resposta. Henrique Neto, empresário.
7 - Ao longo da história, quem teve dinheiro, teve poder, e os artistas nunca tiveram dinheiro. Por isso, se há quem tenha poder em Portugal, são os banqueiros e figuras sucedâneas, empresários e administradores de empresas. A questão está, primeiro, na não tomada de consciência que são tais personagens que têm poder e, depois, no modo como elas o exercem. O problema é que, por razões históricas, o individual preside sobre o colectivo e, assim, os interesses particulares sobrepõem-se aos da comunidade. Miguel Amado, comissário e crítico de arte contemporânea.
Conclusão: Em geral, a produtividade cresce com a dimensão da empresa. Portugal, todavia, emprega 80,9% dos trabalhadores em PME (a média é de 66,9% na UE a 27). É uma questão cultural relacionada com os próprios empresários. Não de falta de visão, como é usual referir-se. Mas, ao contrário, de excesso de visão (ganância). De muitos empresários se considerarem capazes de financiar, gerir e fazer crescer os seus negócios sozinhos. De se verem maiores do que aquilo que na realidade são. E de serem incapazes de juntar forças com outros para ganharem dimensão, explorarem mercados mais amplos, aumentarem a produtividade, tornarem-se competitivos e assegurarem a viabilidade dos seus negócios. A classe empresarial de interesse no país é reduzidíssima. E o problema nem é esse. O problema é que é extremamente mal formada. Atrasadíssima. Na sua maioria são chicos-espertos, que acham que isso de aturar clientes é uma grande chatice. O que se passa actualmente com a classe empresarial portuguesa é muito simples. Ela surgiu apesar do Estado e é agora protegida por este para combater a globalização. Desta forma, não há lugar a novos empreendedores, não há renovação, não há concorrência. A situação actual é sui generis.