Historicando

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09 fevereiro 2012

Exportações para a UE sofrem primeira queda em dois anos

A contracção de 1,1% em Dezembro pode ser um primeiro sinal de uma desaceleração com impacto profundo no crescimento da economia portuguesa.
As exportações portuguesas para a União Europeia sofreram em Dezembro do ano passado a primeira quebra em mais de dois anos. Um primeiro sinal do impacto que a recessão europeia terá no crescimento da economia nacional e que pode levar a troika a rever as metas para o défice.
As saídas intracomunitárias registaram uma contracção homóloga de 1,1% em Dezembro, depois de, nos primeiros 11 meses de 2011, terem crescido a um ritmo médio de 15,4%. Para encontrar outra variação negativa desta rubrica é preciso recuar até Outubro de 2009.
Como consequência, as exportações portuguesas para todo o mundo aumentaram apenas 4,4%, em comparação com os 16,1% do mês anterior. A subida, ainda que bem mais moderada, justifica-se pelo crescimento das exportações para fora da União Europeia que continuam a aumentar.
A evolução das exportações deverá ser o único ponto a contribuir positivamente para o crescimento da economia portuguesa, com a procura interna e o investimento a afundarem drasticamente. No entanto, a recessão que se estima agora para os países europeus em 2012 pode colocar em causa esta confiança nas exportações. É que a União Europeia é o principal destino das vendas portuguesas. Só Espanha representa 26,6% das nossas exportações. A lógica é simples: se os países entram em recessão, compram menos.
A quebra em Dezembro pode ser um primeiro sinal de uma significativa desaceleração do sector exportador, que pode arrastar Portugal para uma recessão ainda mais profunda do que está estimado (-3%). Recorde-se que Poul Thomsen, líder da missão da troika, tinha admitido que, caso a recessão europeia tivesse um impacto forte no crescimento português, as metas do défice poderiam ser revistas e suavizadas. A notícia surge a menos de uma semana de a troika aterrar em Lisboa para dar início à terceira avaliação do programa de ajustamento.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO034278.html