“Hoje em dia é praticamente impossível um país desenvolvido, como, apesar de tudo, nós somos, andar a competir com os países muito mais pobres do que nós, com níveis de rendimento e, portanto, de salários muitíssimo baixos”, sustentou numa entrevista à Antena 1. “Se o nosso nível de competitividade quer ir para esse lado, isso significa que, então, nós nos estamos a candidatar a passar para o Terceiro Mundo, se não para o quarto.”
“Acho que a troika comete um erro em considerar” que é o problema “dos salários altos” na área das empresas exportadoras “que nos impede a competitividade”, especificou Teodora Cardoso, dizendo que “haverá casos em que, de facto, nós podemos ter necessidade de reduzir salários, mas, mais uma vez, o problema fundamental é o da estrutura da nossa produção e, mais uma vez, o da qualificação”.
Numa entrevista à TSF, defendeu por outro lado que o Governo deve empenhar-se mais na explicação das medidas que toma em matéria de política económica.
“É preciso tornar muito claro que nós não estamos a tentar unicamente corrigir algumas coisas para voltar ao passado, mas estamos, efectivamente, a propor-nos mudar mesmo de vida. E isso requer um programa claro. Não é listas de medidas. Isso é daquelas coisas que não vale a pena fazer”, disse a esta rádio.
Pensa também que “temos possibilidade de recuperar, se fizermos as coisas bem feitas”, e que “dentro de cinco anos poderíamos ter impostos claramente mais baixos”.
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