Historicando

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20 fevereiro 2011

Triste sina…

Hoje acordei a pensar nisto! Nas causas desta triste situação em que vivemos, sem perspectivas de melhoria, antes pelo contrário, e nada parece possível fazer-se para inverter a actual tendência de descida vertiginosa da nossa economia.
Todos conhecemos as razões, escusado será citá-las, fazendo o rol das asneiras feitas desde que Portugal deixou de ter colónias para se juntar à Europa, na mira de se integrar num clube de ricos. Mas os ricos sabiam com quem estavam a lidar, com pobretanas ansiosos por virar ricos de um dia para o outro, regra que se aplica a quase todos e aos governantes pilha-galinhas em particular. Com pessoas ansiosas por um consumo de países ricos, com a América como paradigma, mas com uma economia fraca e já sem mercado (colónias) para onde escoar as suas mercadorias.
A Europa recebeu Portugal e outros países indigentes de bom grado, sabendo perfeitamente qual a sua situação. Tratou logo de aplicar o modelo colonial "chapa 4" a países como Portugal e seus colegas PIGS. A Europa pagou para afundar ainda mais a pobre economia portuguesa, incentivando os portugueses a não trabalhar. A Europa pagou para que se destruísse a agricultura, a pesca e as indústrias concorrentes e houve um período de «venha-a-nós» no qual os chicos-espertos aproveitaram para se encher, e o consumo disparou muito à custa de uma maior abertura do crédito ao consumo e para aquisição de casas e automóveis. Isto permitiu a ascensão de grupos virados para o consumo, centros comerciais com fartura que rebentaram com os pequenos comerciantes e alguma classe média suportada por estes.
Para ajudar à festa, a invasão chinesa acabou com o resto que havia de fabriquetas de peles, de bordados, de vidros, de artesanato, tapetes, etc. Os sectores primário e secundário da economia (os que produzem riqueza verdadeiramente) ficaram reduzidos a ZERO.
As únicas empresas a dar lucros em Portugal, ainda à custa do resto que ficou, alguns vinhos e azeitonas e pouco mais, são os serviços como energia, telecomunicações, bancos, saúde, seguros, etc. e os grandes grupos virados para o consumo. E estes exploram o consumidor o quanto podem, acorbetados pelo poder.
Portugal não tem saída se continuar a acreditar no Pai Natal. A Europa olha para Portugal como uma sua colónia para onde vende BMW's e TGV's aos corruptos que esmifram o povo até ao tutano. De tal modo que os ordenados da grande maioria em Portugal já estão ao nível dos ordenados dos chineses e em breve chegarão aos de Burkina Fasso, mas há «gestores» a ganhar mais que os seus congéneres americanos.
Hora Absurda: Portugal e Burkina Fasso, por Henrique Sousa