Sobre as dificuldades que o espargo branco tem de enfrentar para crescer – e como é rejeitado por muitos.
É injusto. O espargo branco é macio, adocicado, sedoso e tem as mesmas propriedades do verde, que é mais amargo e agressivo no palato. Ainda assim, talvez porque se considere a amargura um traço de personalidade e a doçura uma fraqueza de carácter, o flácido espargo branco é injustamente condenado a chafurdar na maionese ou a desfazer-se em sopas; na melhor das hipóteses. Na pior, fica de molho num frasco, esquecido num canto da despensa, até acabar o prazo de validade.
Mas o mais inacreditável é que este legume, apesar de adocicado e saudável, não teve vida fácil. Quem acha que doçura não é carácter é porque não conhece a história deste espargo que, para ser branco, cresceu em condições muito difíceis - ao contrário do seu irmão de cor verde, que toda a vida viveu ao sol.
Espero que este texto contribua para reabilitar o espargo branco. Um legume que merece um lugar à mesa. Talvez não como prato principal, mas ao lado de algo mais substancial, mais picante ou salgado: umas fatias de presunto, por exemplo. É que uma vez digerido, o organismo fica mais limpo, mais funcional e mais saudável. Coma-se, pois, o espargo branco.
http://www.dinheirovivo.pt/buzz/opiniao/interior.aspx?content_id=3942400&page=-1
Os novos Robins dos Bosques
Defendem os mais fracos dos poderosos e corruptos. Denunciam o que o povo quer ouvir e assumem as dores dos oprimidos. Querem retirar aos ricos para distribuir pelos mais pobres, mas já não atacam de arco e flecha. Em vez disso, utilizam as televisões como armas poderosas. Itália, Espanha e também Portugal têm a partir de agora os novos Robins dos Bosques.
Em Portugal, o fenómeno chama-se Marinho Pinto. Sem meios e num partido sem expressão eleitoral, em 15 dias conseguiu dividir a esquerda e eleger dois eurodeputados. Não porque tenha uma ideologia ou um programa eleitoral inovador. Apenas porque ao longo dos últimos anos se tornou na figura mais polémica e sem medo nas televisões portuguesas.
Depois de tantas semanas a pregar no deserto, Marinho Pinto é a prova de que ser polémico na televisão compensa.
http://www.dinheirovivo.pt/opiniao_blogs/interior.aspx?content_id=3943712&page=-1
Cruzando estes dois textos, temos que polemizar rende votos, muitos votos, em Portugal.
Ser decente, certinho, macio, adocicado, sedoso, etc, não rende votos em Portugal.
Venha lá o 28 de Setembro…