Hodie mihi, cras tibi. "Artigo 19.° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão." Declaração Universal dos Direitos Humanos
13 outubro 2010
Portugal Yuan RMB...
As reuniões do FMI no passado fim-de-semana saldaram-se num verdadeiro fracasso.
No xadrez global, a China quer, de facto, mudar a correlação de forças, no FMI, no Banco Mundial, no G20, no sistema de câmbios das principais divisas. Procura aliados, vira-se para a Europa e estende uma mão aos países altamente endividados do sul. Se comprar dívida grega ou portuguesa, espanhola ou irlandesa, jogando com as suas imensas reservas, está a ajudar a estabilizar as contas públicas destes países, a baixar a desconfiança e os juros na Zona Euro e a reforçar o outro contrapeso à hegemonia cambial norte-americana.
Por muito que a estratégia incomode os EUA, na situação em que nos encontramos, isso provocaria um imenso suspiro de alívio lá para as bandas do Terreiro do Paço. E com ondas por toda a Europa.
Os que são da minha idade decerto se lembrarão de um livro dos anos setenta intitulado, O DESPERTAR DA CHINA. A China começou a abrir os olhos. O Ocidente que se cuide pois ou eu me engano muito ou o feitiço vai virar-se contra o feiticeiro. Os Estados Unidos e sobretudo a Europa terão de se adaptar a novas realidades e reformular todo o sistema social, financeiro e económico e terão de fazê-lo em muito pouco tempo. A China está ás portas da Europa. A Grécia; a Irlanda; a Espanha e Portugal serão, a breve prazo, portas de entrada caso a União Europeia continue de olhos fechados.
O FMI e os seus apologistas são já um produto caduco, desfasado desta época e deste tempo. E por consequência, fora da realidade, não servindo já a verdade da economia.