"Vários são os modelos que podemos utilizar classificar ou qualificar a nossa organização e até, a um nível mais micro, o departamento em que nos inserimos. Cabe a quem gere sair do chão que sempre pisa, elevando-se sobre si mesmo e observar em baixo o fio condutor que liga, e como se liga, pessoas e organização. Um dos modelos recomendados é aquele que tem por base o conceito de interacções. Interacções individuais e organizacionais.
Ao nível individual as interacções podem ser, por um lado, marcadas pelo respeito e apreciação mútua, compreensão de motivações, expectativas e necessidades por satisfazer. Por outro lado, e em contextos menos desejados, podem ser consideradas desrespeitosas, e até mesmo tóxicas, nomeadamente quando analisadas num plano que intersecte chefias e subordinados. No eixo organizacional temos a forma como as regras e critérios basilares para o germinar da justiça são transparentes, divulgados e aplicados, sem favorecimento de agendas pessoais. Estão assim lançadas as bases para que se defina a realidade organizacional em quatro categorias:
As organizações abusivas são aqueles que se caracterizam pela forma como as regras ou não existem, ou existindo não existe qualquer interesse em difundi-las. Pois quem gere ninguém tem qualquer interesse em aplicá-las, logo o contexto é de incerteza e o sentimento de traição constante. Ao nível das interacções individuais os colaboradores sentem-se em pleno palco de batalha, valendo tudo – incluindo tirar olhos, vivendo entrincheirados contra a gestão prepotente, déspota e eternamente desconfiança das intenções de seus subordinados. Exemplo disso é o famoso caso, que virou clássico da literatura, onde o patronato instalou um sistema para monitorizar as idas à casa de banho.
Nas organizações complacentes as interacções pessoais ainda não são dignas e respeitosas, o que só surpreendem os recém contratados. As eternas surpresas e o constante desconforto está no facto de as regras e critérios e serem aparentemente claros, mas nunca ninguém sabe se vão ser cumpridos. Se esta envolvente é a sua, saberá melhor do que ninguém o quão psicologicamente desgastante é. O investimento individual é escasso, pois nunca se sabe se os prémios e promessas estão garantidos, mesmo que tudo se cumpra o que diz a norma, dado que cada chefia decide como e quando lhe apetece, ou assim dá a entender, distorcendo as regras do jogo.
Um outro universo, envolto de mistérios, é o das organizações secretistas, onde cada chefia é um agente secreto, sendo as suas informações top-secret e as suas equipas tratadas como se fossem espiões da concorrência. As relações pessoas caracterizam-se por um tratamento digno, com sorrisos afáveis, numa ternura quase paternal e sempre dizendo “faz o que eu te digo, não me perguntes porquê, por que no dia que estiveres desta lado aprenderás a resposta”. Os prémios atribuídos e as remunerações instituídas são vendidas como justas e inquestionáveis, porem cada um só deve saber a sua. Tudo é secreto para o “melhor interesse de todos”.
Resta-nos a utopia organizacional, para onde muitas empresas já caminham – espero que seja o seu caso. Estamos a falar das organizações positivas, ambientes vacinados contra a toxicidade nas interacções. O tratamento é marcado pela sensibilidade e tacto da relação. Sãs chefias sabem que gerir pessoas não é só utilizar as suas competências em prol do negócio, é também gerir o seu capital emocional. Nasce dai um elevado comprometimento dos colaboradores, em laços de pura afectividade, num ambiente entusiasmante e transparente.
Ressalve-se que são 4 tipologias na sua vertente mais pura. Podem variar entre departamentos dentro duma mesma organização e vir a sofrer mutações ao longo do tempo. "
In Que tipo de organização é a sua?
Ao nível individual as interacções podem ser, por um lado, marcadas pelo respeito e apreciação mútua, compreensão de motivações, expectativas e necessidades por satisfazer. Por outro lado, e em contextos menos desejados, podem ser consideradas desrespeitosas, e até mesmo tóxicas, nomeadamente quando analisadas num plano que intersecte chefias e subordinados. No eixo organizacional temos a forma como as regras e critérios basilares para o germinar da justiça são transparentes, divulgados e aplicados, sem favorecimento de agendas pessoais. Estão assim lançadas as bases para que se defina a realidade organizacional em quatro categorias:
As organizações abusivas são aqueles que se caracterizam pela forma como as regras ou não existem, ou existindo não existe qualquer interesse em difundi-las. Pois quem gere ninguém tem qualquer interesse em aplicá-las, logo o contexto é de incerteza e o sentimento de traição constante. Ao nível das interacções individuais os colaboradores sentem-se em pleno palco de batalha, valendo tudo – incluindo tirar olhos, vivendo entrincheirados contra a gestão prepotente, déspota e eternamente desconfiança das intenções de seus subordinados. Exemplo disso é o famoso caso, que virou clássico da literatura, onde o patronato instalou um sistema para monitorizar as idas à casa de banho.
Nas organizações complacentes as interacções pessoais ainda não são dignas e respeitosas, o que só surpreendem os recém contratados. As eternas surpresas e o constante desconforto está no facto de as regras e critérios e serem aparentemente claros, mas nunca ninguém sabe se vão ser cumpridos. Se esta envolvente é a sua, saberá melhor do que ninguém o quão psicologicamente desgastante é. O investimento individual é escasso, pois nunca se sabe se os prémios e promessas estão garantidos, mesmo que tudo se cumpra o que diz a norma, dado que cada chefia decide como e quando lhe apetece, ou assim dá a entender, distorcendo as regras do jogo.
Um outro universo, envolto de mistérios, é o das organizações secretistas, onde cada chefia é um agente secreto, sendo as suas informações top-secret e as suas equipas tratadas como se fossem espiões da concorrência. As relações pessoas caracterizam-se por um tratamento digno, com sorrisos afáveis, numa ternura quase paternal e sempre dizendo “faz o que eu te digo, não me perguntes porquê, por que no dia que estiveres desta lado aprenderás a resposta”. Os prémios atribuídos e as remunerações instituídas são vendidas como justas e inquestionáveis, porem cada um só deve saber a sua. Tudo é secreto para o “melhor interesse de todos”.
Resta-nos a utopia organizacional, para onde muitas empresas já caminham – espero que seja o seu caso. Estamos a falar das organizações positivas, ambientes vacinados contra a toxicidade nas interacções. O tratamento é marcado pela sensibilidade e tacto da relação. Sãs chefias sabem que gerir pessoas não é só utilizar as suas competências em prol do negócio, é também gerir o seu capital emocional. Nasce dai um elevado comprometimento dos colaboradores, em laços de pura afectividade, num ambiente entusiasmante e transparente.
Ressalve-se que são 4 tipologias na sua vertente mais pura. Podem variar entre departamentos dentro duma mesma organização e vir a sofrer mutações ao longo do tempo. "
In Que tipo de organização é a sua?