O Governo aprovou hoje a criação do Plano Tecnológico da Educação, que irá custar 400 milhões de euros e tem por objectivo a modernização tecnológica das escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário.
"Queremos criar condições de igualdade entre todas as escolas", afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, citada pela Lusa, na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.
Segundo a ministra da Educação, além da modernização tecnológica das escolas do 2º e 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, o plano também dará às escolas a possibilidade de "desburocratizarem" alguns actos, como as matrículas, as compras para as cantinas e papelarias, além de "facilitar o contacto entre as escolas e as famílias" e dar melhores condições de segurança.
Já em Setembro, na abertura do ano lectivo, todas as escolas vão receber quadros interactivos, um computador de suporte e videoprojectores, adiantou Maria de Lurdes Rodrigues.
"O reforço de computadores portáteis também vai continuar", acrescentou.
Por outro lado, arrancará também a instalação de "redes locais" que permitam o acesso à Internet em todos os pontos das escolas.
"A partir do final do primeiro trimestre esperamos já ter resultados do programa de redes locais. É o programa mais urgente", sublinhou a ministra da Educação, recordando que "mais de 65% dos alunos não tem acesso a um computador e à internet em casa".
O Programa Tecnológico da Educação, que deverá estar concluído em 2010, tem, assim, como principais objectivos "atingir o rácio de dois alunos por computador com ligação à Internet", garantir em todas as escolas o acesso à Internet em banda larga, a criação do cartão electrónico para todos os alunos e a disponibilização de endereços electrónicos a todos os alunos e docentes.
Conforme adiantou ainda Maria de Lurdes Rodrigues, o Plano Tecnológico da Educação estrutura-se em três eixos de actuação principais: tecnologia, conteúdos e formação.
No "eixo tecnologia", um dos projectos-chave a implementar é o "kit tecnológico escola", que visa dotar todas as escolas de um número adequado de computadores, impressoras, videoprojectores e de quadros interactivos.
Ainda no "eixo tecnologia" está prevista a ligação de todos os computadores das escolas através de banda larga de alta velocidade, a criação de "redes locais" e a dotação da totalidade das escolas com sistemas de alarme e videovigilância.
No "eixo dos conteúdos", um dos projectos-chave é o "Mais-Escola.pt", que visa promover "a produção, distribuição e a utilização de conteúdos informáticos nos métodos de ensino", como por exemplo a criação da sebenta electrónica.
Outros dos projectos deste eixo é a "Escola Simplex", que tem como objectivo a aumentar a eficiência da gestão e comunicação entre os agentes da comunidade educativa, bem como generalizar a utilização de sistemas electrónicos de gestão de processos e de documentação.
Relativamente ao "eixo formação", os projectos-chave são a "formação e certificação de competências em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), que visa promover a formação dos agentes da comunidade educativa.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, a coordenação do Plano Tecnológico da Educação, que custará cerca de 400 milhões de euros e será financiado entre 70 a 85 por fundos comunitários, será feita por um "conselho de gestão" que irá integrar os dirigentes máximos dos organismos centrais e regionais do Ministério da Educação e outras estruturas ministeriais relevantes para a sua execução.