Historicando

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13 julho 2014

Esquerda



O que é a esquerda?
O contrário da direita? Depende. Se estivermos a falar politicamente a resposta é sim e não. Confuso? Ora vejamos:
Se estivermos a falar do que há de mais à esquerda no espectro partidário, então resposta plausível para esquerda é tudo ao contrário da direita, nem que seja porque sim! Absurdo? É o que temos! É aqui que habitam os seres humanos que pararam no tempo, que endeusam a URSS, que aceitam (?) que a sua opinião seja abafada em nome do colectivo. Exemplo: um chaparro deve ser um sobreiro, ou não… Pode ser um camarada em quem o chefe do colectivo manda votar num qualquer acto eleitoral… São quase meio milhão.
Depois temos a esquerda caviar, ou esquerda beluga, ou esquerda finess… Quem são estes esquerdistas? Gente bem pensante, muitos deles trânsfugas da esquerda sarcófago anterior, que foram preteridos, desconvidados ou renegados pelo partido-mãe. Juntam-se em grupos de reflexão, passam a movimentos e acabam como partido amálgama institucional de todos eles. E dão-se bem? E convivem? E projectam em conjunto? Bem…isso agora… está visto que tem os dias contados. É só enumerar o enorme êxodo que tem vindo consecutivamente a acontecer nestes últimos cinco anos. Porquê? Porque cada um destes esquerdistas é em potencia um líder, um iluminado, um ditadorzinho ou ditadorzeco, um panfletário, um contestatário-mor, que por si mudava o mundo, reescrevia as regras, blá, blá, blá… Valem à volta de duzentos mil votos.
Resta a esquerda normal, cheia de vícios, contradições, feijão-frade, mas que ainda assim é a que estabelece pontes suficientemente credíveis com o mundo exterior para ser levada a sério. Tem altos e baixos, é poder umas vezes e oposição noutras. O ‘pai-da-nação’ é o seu fundador. Representam um milhão e tal de votantes.
Se os cerca de setecentos mil votos se juntassem ao milhão e tal a vida política, social e económica podia ser outra. Assim, andam perdidos e só servem para alimentar as cliques das cúpulas partidárias. Há que continuar a enganar os respectivos públicos-alvo em nome da manutenção dos tachos…revolucionários, internacionalistas e politicamente correctos.