Historicando

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21 março 2008

Perdão


Podemos afirmar que a obra de Cristo se resume no perdão que Ele nos trouxe e mostrou durante toda a sua vida. Perdão de Deus aos homens, dizendo-nos que Ele é Pai e perdoa sempre e sem condições, e que os nossos pecados estavam, por isso, completamente perdoados. Veio dizer-nos que Deus é Pai amoroso que deseja ver que os seus filhos se reconheçam como irmãos entre eles, sobretudo no perdão que devem pedir e conceder.
Cristo veio também, e ao mesmo tempo, conceder o perdão para os homens entre si, vencendo, pela cruz, todas as barreiras de cor, raça ou crenças: «Cristo é a nossa paz […] Na sua carne derrubou o muro da separação: o ódio. Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em Si mesmo um homem novo. Quis reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que Cristo matou o ódio» (Ef 2, 14-16).
Mas Cristo não Se contentou, de modo nenhum, com anunciar o perdão, mas mostrou-o bem claramente durante toda a sua vida, por palavras, mas sobretudo por obras.
Muitas parábolas de Cristo andam à volta do perdão: a parábola da ovelha perdida (Lc 15, 3-7), a parábola do Bom Pastor (Jo 10, 1-6.11-18), do devedor sem piedade (Mt 18, 23-35), e sobretudo do Filho pródigo (Lc 15, 11-32), certamente a parábola mais maravilhosa que aparece no Evangelho e que mais «baralha» os nossos esquemas de amor e perdão.
E para além das parábolas, todas as palavras de Cristo eram imbuídas de perdão e esta palavra aparece inúmeras vezes na boca de Jesus. Quando Pedro pergunta a Cristo quantas vezes devia perdoar, Ele é bem claro ao declarar que devemos perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre.
Mas foi sobretudo nas suas obras que Jesus Cristo exerceu o verdadeiro perdão. Não podemos apontar um único caso em que Cristo não tenha concedido o seu perdão. Perdoa à mulher adúltera que trazem junto d’Ele, perdoa ao homem que depõem aos seus pés, antes mesmo de o curar da sua incapacidade de andar… E morre perdoando àqueles que Lhe infligiam tormentos e O matavam: «Pai perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).