Há um mês, Wang terá pedido asilo no consulado dos Estados Unidos em Chengdu, província de Sichuan.
Esta denuncia de traição coincide com as Duas Sessões, o nome dado ao período em que decorrem a Assembleia Nacional (a reunião anual do Parlamento, em Pequim) e a Conferência Consultiva do Povo Chinês. Foi este último orgão, numa reunião interna no sábado à noite, que se pronunciou sobre o ex-chefe da polícia, que está detido.
Na terça-feira, o governo regional de Chongqing pronunciou-se de forma idêntica: “Foi dito a todas as autoridades de Chongqing que Wang traiu o país”, disse uma fonte do jornal.
O caso Wang — e as suas implicações políticas — tem sido alvo de especulações na imprensa chinesa devido à sua relação próxima com o dirigente máximo do partido na região, o influente (e ambicioso) Bo Xilai. Este aspirava a ascender ao grupo dos nove homens que governam a China, quando no Outono o Partido Comunista começar a mudança da sua chefia e da governação, com a mudança do Presidente, do primeiro-ministro e de vários elementos do Governo e do grupo dos nove.
Além do pedido de asilo, Wang estará acusado de vários crimes, entre eles corrupção e degeneração moral.
“As acusações contra Wang são severas, do ponto de vista político. Mais do que se tivese sido considerado um doente psiquiátrico”, como sugeriu Bo, disse ao jornal chinês de língua inglesa Chen Zimin, analista político de Pequim considerado independente. Chen disse que o caso terá reflexos na cúpula partidária em Chongqing, ou seja em Bo Xilai.
2º passo: Outros analistas disseram que as possibilidades de Bo ser promovido são, agora, muito pequenas; alguns disseram que a queda de Wang foi uma forma de chegar a Bo Xilai, um homem da linha dura — um neo-maoista — que a ala mais reformadora do Partido queria manter afastado da cúpula para avançar com as reformas económicas e no aparelho político no país.
3º passo: Só falta dizer que Bo Xilai é aliado do único candidato à presidencia...