Historicando

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11 janeiro 2014

Novo ano

O novo ano vai ser um ano difícil. A sociedade portuguesa encontra-se bloqueada e impõe-se um sentido de urgência na emancipação cívica do país. Por isso, é tempo de um novo contrato de confiança estratégico centrado numa nova ambição competitiva para o país. Trata-se de um desafio de concertação estratégica, em que a aposta na participação e a valorização das competências, numa lógica colaborativa, têm que ser as chaves da diferença.
Aqui vão os principais desafios para o novo ano:
1 - O DESAFIO DA INCLUSÃO SOCIAL – Um país moderno tem de saber integrar de forma positiva os seus cidadãos. A coesão social faz-se pela participação construtiva e tem de haver uma atitude clara de mobilização para esse esforço nacional de convergência de actuação. A educação na escola tem de forçar a pedagogia e a prática da integração dos desfavorecidos, imigrantes, todos aqueles com défices operativos de participação; há que dinamizar acções de demonstração do apoio à vontade do contributo de todos. Um programa para a inclusão social tem de saber integrar de facto.
2 - O DESAFIO DA  NOVA COMPETITIVIDADE – Está mais do que consolidada a mensagem da urgência da dimensão tecnológica na matriz de desenvolvimento nacional. Um programa para a competitividade tem de forçar dinâmicas efectivas de aposta na tecnologia, seja ao nível a concepção de ideias novas de serviços e produtos, seja ao nível da operacionalização de centros modernos rentáveis de produção, seja, sobretudo, ao nível da construção e participação activa em redes internacionais de comercialização e transacção de produtos e serviços.
3 - O DESAFIO DA EXCELÊNCIA TERRITORIAL – Portugal tem uma oportunidade única de potenciar um novo paradigma de cidades médias, voltadas para a qualidade, a criatividade, a sustentabilidade ecológica. Verdadeiros centros de modernidade participativa que façam esquecerem a dinâmica asfixiante das âncoras comerciais que são os modernos shoppings que dominam o país. Um programa territorial para a modernidade é vital para dar conteúdo estratégico à ocupação das cidades médias e à nova vontade de também saber apostar no interior.
4 - O DESAFIO DA  DIMENSÃO CULTURAL – Portugal tem uma forte cultura alicerçada no potencial histórico da língua, que consiste num activo único. Um programa intelectual da cultura portuguesa tem de saber dinamizar de facto, nos grandes circuitos internacionais, a apetência pela prática e consumo dos muitos produtos culturais nacionais disponíveis. A cultura da língua portuguesa tem de ajudar na criação de valor para o nosso país.
5 - O DESAFIO DA MAIORIDADE CÍVICA – Tudo passa por, no princípio e no fim, saber estar e participar. Impõe-se, para Portugal, uma cultura de participação cívica activa positiva. É assim que se faz a riqueza da matriz europeia. É assim que se tem consolidar a actuação dos grandes objectivos para este novo ciclo de integração europeia.
Estes cinco eixos estratégicos constituem referenciais centrais duma matriz de modernidade participativa e operativa para o país e claramente que, neste novo ano, deverá ser capaz de mobilizar os diferentes actores económicos e sociais para a sua convergência. O novo paradigma que se pretende para o país merece, por isso, pensamento estratégico, mas, sobretudo, capacidade de monitorização sobre os efeitos da aposta da excelência no reforço da coesão nacional. Uma agenda que se pretende voltada para o futuro!
Por Francisco Jaime Quesado
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