Historicando

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01 outubro 2007

Donos

A nova guerra fria
(A versão de alta definição desta imagem daAgência Espacial Europeia pode ser encontrada aqui).
O aquecimento global está a derreter o Pólo Norte a uma velocidade superior às previsões dos modelos climáticos mais pessimistas. A calote gelada tem, actualmente, 3 milhões de quilómetros quadrados, tendo diminuído na última década a uma média anual de 100 mil quilómetros quadrados. Uma redução tão acentuada que permitiu - pela primeira vez desde que há registos - a abertura de uma nova rota de navegação marítima no topo do planeta.
Uma catástrofe ecológica eminente que deveria preocupar as principais nações, poderíamos pensar. Nem por isso. Em todas as tragédias há quem vislumbre oportunidades de negócio e as que, agora, estão à mão de semear no Pólo Norte são as mais apetecíveis: petróleo e gás natural. Em grandes quantidades. Enquanto a maioria dos líderes mundiais se juntavam em Nova Iorque para anunciar a sua preocupação com o aquecimento global, o mundo que verdadeiramente conta festeja as possibilidades entreabertas com a abertura de um novo corredor marítimo que permite revolucionar o comércio internacional. Basta ler o artigo da Time, transcrito esta semana pela Visão, para perceber como só agora começou a guerra fria pelo controlo político, e económico, desta região, envolvendo os Estados Unidos, Rússia, Canadá e Noruega.
Suprema ironia. As novas reservas de combustíveis fósseis estão agora acessíveis graças à destruição ecológica causada pela emissão poluente desses mesmos combustíveis. Na natureza, nada se perde, tudo se transforma. O problema é quando o ser humano se intromete na equação.
Posted by Pedro Sales às 16:46