Será que os directores escolares são capazes de avaliar a eficácia dos docentes?
É a pergunta de partida de um estudo de Brian e Lars.
Esta investigação conclui que:
Os directores escolares são geralmente capazes de avaliar os docentes cujo grau de eficácia se situa nos pontos extremos do continuum nos diversos parâmetros, mas são muito menos capazes de avaliar os professores cujo grau de eficácia se encontra nas zonas intermédias da distribuição.
Paideia
Hodie mihi, cras tibi. "Artigo 19.° Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão." Declaração Universal dos Direitos Humanos
31 dezembro 2007
Eficácia escolar
O que é então o conceito de eficácia escolar e a linha de investigação que o acompanha?
Os primeiros estudos em eficácia escolar resultam da necessidade de racionalizar os investimentos em educação.Mais do que de eficácia são estudos de produtividade, marcados por um enfoque económico, havendo investigadores que não enquadram estes estudos no movimento de eficácia escolar, uma vez que a sua definição de eficácia escolar se concentra em variáveis de natureza estritamente pedagógica (Murillo, 2003). Há contudo investigadores como Creemers (2006), que colocam estes estudos na primeira geração de estudos sobre eficácia escolar.
Posteriormente, e numa linha estritamente educativa, os estudos sobre eficácia escolar procuraram identificar os factores de contexto que fazem com que uma escola seja eficaz e avaliar a importância dos efeitos escolares.
Assim, o conceito de eficácia escolar passou a estar associado ao do desenvolvimento integral de todos os alunos e à mais-valia que a escola pode acrescentar a esse desenvolvimento, tendo em conta o rendimento escolar anterior de cada aluno, a situação social, económica e cultural da famílias de origem.
Paideia
Os primeiros estudos em eficácia escolar resultam da necessidade de racionalizar os investimentos em educação.Mais do que de eficácia são estudos de produtividade, marcados por um enfoque económico, havendo investigadores que não enquadram estes estudos no movimento de eficácia escolar, uma vez que a sua definição de eficácia escolar se concentra em variáveis de natureza estritamente pedagógica (Murillo, 2003). Há contudo investigadores como Creemers (2006), que colocam estes estudos na primeira geração de estudos sobre eficácia escolar.
Posteriormente, e numa linha estritamente educativa, os estudos sobre eficácia escolar procuraram identificar os factores de contexto que fazem com que uma escola seja eficaz e avaliar a importância dos efeitos escolares.
Assim, o conceito de eficácia escolar passou a estar associado ao do desenvolvimento integral de todos os alunos e à mais-valia que a escola pode acrescentar a esse desenvolvimento, tendo em conta o rendimento escolar anterior de cada aluno, a situação social, económica e cultural da famílias de origem.
Paideia
30 dezembro 2007
29 dezembro 2007
Acento
Uma história mirabolante!
Como um acento faz toda a diferença...
http://www.youtube.com/watch?v=8fqDa8RPt0o
Como um acento faz toda a diferença...
http://www.youtube.com/watch?v=8fqDa8RPt0o
Manuais escolares
Publicada Portaria de adopção de manuais escolares
É a Portaria 1628/2007 de 28 de Dezembro, publicada em DR. Aqui.
É a Portaria 1628/2007 de 28 de Dezembro, publicada em DR. Aqui.
27 dezembro 2007
As Imagens do Ano
The Best Pictures of the Year
From: siamenglish, 3 weeks ago
Some nice visuals suitable for lower level classes
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Natal
Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era governador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade.
José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe.Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente, juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».
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25 dezembro 2007
24 dezembro 2007
ECD
ESTUDO SOBRE A REORGANIZAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
O sociólogo João Freire é o autor do estudo que lançou a reforma da carreira docente não superior. Os objectivos do estudo indicados pelo Ministério da Educação (ME) foram, consta no início do relatório: “a revisão urgente do modelo de progressão nas carreiras de educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, norteada pelo princípio da valorização da prática lectiva e sustentada por referências comparativas com outras carreiras profissionais de estatuto social equivalente em Portugal e com as carreiras homólogas em outros países”.
O Relatório irá em breve ser publicado como anexo às Actas da Conferência Internacional ”PROFESSORES NA EUROPA - condições de trabalho, perfil profissional e carreira” promovida pelo IED e a Fundação F. Erbert.
Inquietações Pedagógicas
O sociólogo João Freire é o autor do estudo que lançou a reforma da carreira docente não superior. Os objectivos do estudo indicados pelo Ministério da Educação (ME) foram, consta no início do relatório: “a revisão urgente do modelo de progressão nas carreiras de educadores de infância e professores do ensino básico e secundário, norteada pelo princípio da valorização da prática lectiva e sustentada por referências comparativas com outras carreiras profissionais de estatuto social equivalente em Portugal e com as carreiras homólogas em outros países”.
O Relatório irá em breve ser publicado como anexo às Actas da Conferência Internacional ”PROFESSORES NA EUROPA - condições de trabalho, perfil profissional e carreira” promovida pelo IED e a Fundação F. Erbert.
Inquietações Pedagógicas
23 dezembro 2007
LUZ
Na narração genesíaca da criação estão presentes todos os elementos constitutivos da vida e da pedagogia sacramental com que, em Cristo, Deus completa a criação, inaugurando a plenitude da nova criação. O centro da narração é a criação da vida e esta encontra a sua expressão criada mais perfeita na vida humana. O que Deus cria antes da vida, são os elementos necessários para que ela exista: a luz, o firmamento, a água. A criação aparece como a resposta de Deus às trevas e ao vazio em que estava mergulhada a terra. Por isso começou por criar a luz, vencendo ou, pelo menos, isolando as trevas. Sabemos que a vida não pode subsistir nas trevas. Mas a luz, além de elemento físico primordial para a existência da vida, é o primeiro esplendor da Glória de Deus e inunda de beleza, com a infinita variedade dos seus efeitos, o Universo. Era importante que o homem, criado para a beleza, surgisse na vida, num Universo que o inundava de beleza. A luz tornou possível que o homem contemplasse a beleza do Criador desde o primeiro momento da sua existência. E a luz que o envolve suscita nele a luz interior, da inteligência, do coração, do desejo de verdade e de harmonia. Também no seu coração o homem não pode viver sem luz.
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca. Sé Patriarcal, 10 de Abril de 2004
22 dezembro 2007
Cogitação
O problema do actual modelo (e dos dois anteriores) não reside na falta de autoridade interna do Presidente do Conselho Directivo (que era na altura simultaneamente Presidente do Conselho Administrativo e do Conselho Pedagógico, numa total concentração de poderes), ou do Director/Conselho Executivo (seja órgão colegial ou unipessoal é absolutamente indiferente na grande maioria dos casos). O problema central é o dos modos de agir no interior das salas de aula (motivação, saber, entusiasmo, relação pedagógica, compromisso, responsabilidade individual e colectiva...).
A questão-chave é esta: qual o dispositivo organizacional (chamemos-lhe assim...) que fará os professores quererem ensinar melhor? Que gerará maior implicação e compromisso (não só dos professores, mas também dos alunos e dos encarregados de educação)? Que reforçará a confiança, o estímulo e o trabalho em equipa (reconhecidamente uma pedra angular da actividade educativa)?
21 dezembro 2007
20 dezembro 2007
Linguagens
Li, gostei e não resisti a republicar.
“Quando a linguagem dos professores se torna esquizofrénica.
Sai-se das reuniões de avaliação com a sensação de que os professores já não falam a sua linguagem; passaram a arranhar um linguajar parapsicológico, a propósito de tudo. Estão a abandonar termos como trabalho, concentração, atenção, disciplina, acatar, instruções, responsabilidade,desempenho, esforço, vontade, estudo, empenhamento, persistência, tarefa, pensar, cumprir, participar, escrever, discutir, reflectir, comportamento, regra, atitude.A linguagem dos professores radica numa tradição e numa experiência milenares de que os professores não podem e não devem distanciar-se, sob pena de perderem a noção da singularidade da relação pedagógica e da sua profissionalidade. Por outro lado, somos menos hábeis, como é natural, a utilizar uma linguagem, à qual vamos buscar ensinamentos preciosos mas que não é a nossa. Quando o fazemos, temos aquela sensação pouco simpática de alguém que, dominando mal uma língua, tem de a utilizar para se fazer entender. Quando pensamos num instrumento em que o aluno, através da auto-avaliação em pârametros vários, quer de natureza cognitiva, quer de comportamento pessoal e social,vai reflectindo sobre o seu percurso, hesitamos em colocar a palavra comportamento, como se a maioria dos alunos que se comportam de forma inadequada na sala de aula e adoptam atitudes prejudiciais à aprendizagem, não soubessem quais são os comportamentos que deveriam adoptar.Tendemos então a adoptar a linguagem da psicologia, de uma forma ridiculamente trôpega e carregada de chavões que facilmente deslizam para situações de entropia, em que tão verdadeira é a afirmação como o seu contrário.A psicologia tem trazido contibutos inestimáveis à educação, que esta deve assimilar e integrar na reflexão, nas suas práticas, mas a educação tem uma abordagem singular e única, uma cultura, uma história, uma tradição, um contexto, uma linguagem. Deixemos a psicologia para os psicólogos, que são os que a sabem fazer, e assumamos a nossa arte do educere, que é um termo magnífico, com origem na actividade agrícola - o fazer crescer.”
PAIDEIA
“Quando a linguagem dos professores se torna esquizofrénica.
Sai-se das reuniões de avaliação com a sensação de que os professores já não falam a sua linguagem; passaram a arranhar um linguajar parapsicológico, a propósito de tudo. Estão a abandonar termos como trabalho, concentração, atenção, disciplina, acatar, instruções, responsabilidade,desempenho, esforço, vontade, estudo, empenhamento, persistência, tarefa, pensar, cumprir, participar, escrever, discutir, reflectir, comportamento, regra, atitude.A linguagem dos professores radica numa tradição e numa experiência milenares de que os professores não podem e não devem distanciar-se, sob pena de perderem a noção da singularidade da relação pedagógica e da sua profissionalidade. Por outro lado, somos menos hábeis, como é natural, a utilizar uma linguagem, à qual vamos buscar ensinamentos preciosos mas que não é a nossa. Quando o fazemos, temos aquela sensação pouco simpática de alguém que, dominando mal uma língua, tem de a utilizar para se fazer entender. Quando pensamos num instrumento em que o aluno, através da auto-avaliação em pârametros vários, quer de natureza cognitiva, quer de comportamento pessoal e social,vai reflectindo sobre o seu percurso, hesitamos em colocar a palavra comportamento, como se a maioria dos alunos que se comportam de forma inadequada na sala de aula e adoptam atitudes prejudiciais à aprendizagem, não soubessem quais são os comportamentos que deveriam adoptar.Tendemos então a adoptar a linguagem da psicologia, de uma forma ridiculamente trôpega e carregada de chavões que facilmente deslizam para situações de entropia, em que tão verdadeira é a afirmação como o seu contrário.A psicologia tem trazido contibutos inestimáveis à educação, que esta deve assimilar e integrar na reflexão, nas suas práticas, mas a educação tem uma abordagem singular e única, uma cultura, uma história, uma tradição, um contexto, uma linguagem. Deixemos a psicologia para os psicólogos, que são os que a sabem fazer, e assumamos a nossa arte do educere, que é um termo magnífico, com origem na actividade agrícola - o fazer crescer.”
PAIDEIA
Segundo medições do Instituto de Telecomunicações em 47 locais
Escolas registam níveis de radiação electromagnética abaixo dos limites máximos
19.12.2007 - 18h10
O nível mais elevado de radiação electromagnética em escolas localizadas perto de antenas de telemóveis está 27 vezes abaixo do limite mais restritivo, segundo medições feitas pelo Instituto de Telecomunicações em 47 locais de todo o país.O estudo do Instituto de Telecomunicações, que contou com a colaboração da Direcção-Geral de Saúde, insere-se no Projecto monIT e teve como objectivo quantificar os níveis de radiação electromagnética em escolas e jardins-de-infância próximos de antenas de estação base de sistemas de comunicações móveis. As medições foram feitas em 214 pontos e essencialmente nos espaços exteriores das escolas, onde os níveis de radiação são mais elevados, e concluiu-se que os valores estão abaixo dos limites de exposição à radiação electromagnética."No pior caso medido, os valores observados estavam cerca de 27 vezes abaixo do limite mais restritivo. Em conclusão, não há qualquer razão para preocupação, ou precaução", resume o documento, indicando que na grande maioria das escolas medidas os valores estão mil vezes abaixo dos limites (87,4 por cento), em termos de densidade de potência.
Público
19.12.2007 - 18h10
O nível mais elevado de radiação electromagnética em escolas localizadas perto de antenas de telemóveis está 27 vezes abaixo do limite mais restritivo, segundo medições feitas pelo Instituto de Telecomunicações em 47 locais de todo o país.O estudo do Instituto de Telecomunicações, que contou com a colaboração da Direcção-Geral de Saúde, insere-se no Projecto monIT e teve como objectivo quantificar os níveis de radiação electromagnética em escolas e jardins-de-infância próximos de antenas de estação base de sistemas de comunicações móveis. As medições foram feitas em 214 pontos e essencialmente nos espaços exteriores das escolas, onde os níveis de radiação são mais elevados, e concluiu-se que os valores estão abaixo dos limites de exposição à radiação electromagnética."No pior caso medido, os valores observados estavam cerca de 27 vezes abaixo do limite mais restritivo. Em conclusão, não há qualquer razão para preocupação, ou precaução", resume o documento, indicando que na grande maioria das escolas medidas os valores estão mil vezes abaixo dos limites (87,4 por cento), em termos de densidade de potência.
Público
19 dezembro 2007
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Funcionários públicos vão descontar mais 1%
Os descontos dos funcionários públicos vão aumentar em 1% do seu salário a partir de 2009, por forma a que tenham direito a subsídio de desemprego, noticia esta quarta-feira o Diário Económico.
Com estas alterações, os funcionários públicos passarão a descontar 12,5% do salário a partir de 2009, valor que compara com os 11% dos trabalhadores do sector privado.
Os descontos dos funcionários públicos vão aumentar em 1% do seu salário a partir de 2009, por forma a que tenham direito a subsídio de desemprego, noticia esta quarta-feira o Diário Económico.
Com estas alterações, os funcionários públicos passarão a descontar 12,5% do salário a partir de 2009, valor que compara com os 11% dos trabalhadores do sector privado.
16 dezembro 2007
"Chumbos"
Mais de 120 mil alunos chumbaram no ensino básico em 2006
16.12.2007 - 12h02 Isabel Leiria
São os dados mais recentes sobre a percentagem de alunos que chumbam no ensino básico e confirmam a tendência dos últimos anos. As taxas de insucesso têm vindo a diminuir, mas a um ritmo muito lento. Desde 1995/1996 até 2005/2006, desceram menos de cinco pontos percentuais. Nesse ano lectivo, um em cada dez estudantes não passou, ou seja, mais de 120 mil no total, indicam os números apurados pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação.Outro dado recentemente revelado pelo último relatório internacional sobre educação (o PISA - Programme for International Students Assessment, da OCDE) mostra que a situação em Portugal só tem paralelo com mais dois países desta organização: Espanha, que apresenta taxas de retenção mais altas (entre os alunos de 15 anos) e o Luxemburgo, com uma situação mais favorável.De resto, praticamente metade dos 30 Estados-membros da OCDE têm percentagens de chumbos inferiores a dois por cento, mostrando que nestes países este é um mecanismo de controlo da avaliação utilizado apenas em casos extremos, mesmo entre os que têm melhores resultados escolares. A média ronda os três por cento.Taxas e repetência"É um facto real que os países que não têm repetência, ou que têm taxas baixas, apresentam também melhores resultados escolares medidos em termos de aprendizagem. Em todos os estudos internacionais se verifica esta correlação alta entre o peso da repetência na amostra e os desempenhos", comenta o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. E está por provar que, em Portugal, os chumbos sejam uma medida eficaz, reforça. "O sistema de retenção foi instituído há muitos anos como o principal sistema de recuperação dos alunos. O que é extraordinário é que tem recuperado muito poucos jovens. Mas continuamos a acreditar nisso." Mais grave, continua, é que "os estudos também dizem que quem repete um ano tem uma maior probabilidade de o repetir outra vez - quem abandona o sistema tem um peso enormíssimo de repetência".Se o sistema falha, pergunta-se então por que razão não se avança para modelos alternativos. E aí, Valter Lemos argumenta com o peso da tradição e das expectativas. "Enquanto houver a ideia generalizada de que a repetência é o único sistema de recuperação dos alunos, não serve de nada tentar mudar a situação de forma administrativa. Isso não ia levar à interiorização do problema, mas ao contrário. A reacção iria ser: "Lá estão eles a facilitar"", justifica. "Temos de continuar a reforçar os sistemas de apoio e de recuperação e percursos alternativos, de forma a fazer baixar as taxas de retenção [ver texto nestas páginas]." Os mais complicadosVoltando aos dados do insucesso, verifica-se que os problemas surgem logo no início da escola. Se no 1.º ano a taxa de retenção é de zero por cento, pela simples razão de que a lei não permite chumbar, no ano imediato acontece o primeiro tropeção. Ainda que a situação esteja melhor do que em 1996, ainda afecta quase 10 por cento dos alunos. Ou seja, em 2006, mais de 11 mil meninos registaram aos 7 anos o seu primeiro fracasso. A evolução ao longo dos anos também mostra que é no 3.º ciclo, e em particular no 7.º e 9.º anos, que as taxas são mais altas, com um quinto dos alunos a não conseguir passar. Mas por razões distintas. Em relação ao 7.º, os investigadores são unânimes em considerar que é o embate da transição de ciclo que se faz sentir de forma muito pronunciada (o número de chumbos duplica do 6.º para o 7.º ano)."Temos o problema de ter provavelmente as mais duras transições de ciclo da maior parte dos países. De um ano para o outro, os alunos mudam de espaço físico, de número de professores, de organização de tempo de estudo. Estamos a pagar os efeitos de uma série de opções feitas ao longo de muitos anos, em que o sistema foi organizado em função dos professores e de outras razões e não dos alunos e da sua continuidade educativa", argumenta o secretário de Estado. A revisão do currículo do ensino básico, nomeadamente ao nível do 3.º ciclo, é uma das medidas que estão a ser estudadas para atenuar o problema. Já em relação ao 9.º ano, em que as taxas de insucesso estão actualmente acima do que acontecia há dez anos, a explicação será outra. A introdução de exames nacionais a Matemática e Português (e que valem 30 por cento na nota final da disciplina) em 2005 fez o número de chumbos voltar a subir consideravelmente: de 13 para 21 por cento. Assim, em 2005/2006, foram mais de 23 mil os alunos que ficaram retidos no final da escolaridade obrigatória.
Público
16.12.2007 - 12h02 Isabel Leiria
São os dados mais recentes sobre a percentagem de alunos que chumbam no ensino básico e confirmam a tendência dos últimos anos. As taxas de insucesso têm vindo a diminuir, mas a um ritmo muito lento. Desde 1995/1996 até 2005/2006, desceram menos de cinco pontos percentuais. Nesse ano lectivo, um em cada dez estudantes não passou, ou seja, mais de 120 mil no total, indicam os números apurados pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação.Outro dado recentemente revelado pelo último relatório internacional sobre educação (o PISA - Programme for International Students Assessment, da OCDE) mostra que a situação em Portugal só tem paralelo com mais dois países desta organização: Espanha, que apresenta taxas de retenção mais altas (entre os alunos de 15 anos) e o Luxemburgo, com uma situação mais favorável.De resto, praticamente metade dos 30 Estados-membros da OCDE têm percentagens de chumbos inferiores a dois por cento, mostrando que nestes países este é um mecanismo de controlo da avaliação utilizado apenas em casos extremos, mesmo entre os que têm melhores resultados escolares. A média ronda os três por cento.Taxas e repetência"É um facto real que os países que não têm repetência, ou que têm taxas baixas, apresentam também melhores resultados escolares medidos em termos de aprendizagem. Em todos os estudos internacionais se verifica esta correlação alta entre o peso da repetência na amostra e os desempenhos", comenta o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. E está por provar que, em Portugal, os chumbos sejam uma medida eficaz, reforça. "O sistema de retenção foi instituído há muitos anos como o principal sistema de recuperação dos alunos. O que é extraordinário é que tem recuperado muito poucos jovens. Mas continuamos a acreditar nisso." Mais grave, continua, é que "os estudos também dizem que quem repete um ano tem uma maior probabilidade de o repetir outra vez - quem abandona o sistema tem um peso enormíssimo de repetência".Se o sistema falha, pergunta-se então por que razão não se avança para modelos alternativos. E aí, Valter Lemos argumenta com o peso da tradição e das expectativas. "Enquanto houver a ideia generalizada de que a repetência é o único sistema de recuperação dos alunos, não serve de nada tentar mudar a situação de forma administrativa. Isso não ia levar à interiorização do problema, mas ao contrário. A reacção iria ser: "Lá estão eles a facilitar"", justifica. "Temos de continuar a reforçar os sistemas de apoio e de recuperação e percursos alternativos, de forma a fazer baixar as taxas de retenção [ver texto nestas páginas]." Os mais complicadosVoltando aos dados do insucesso, verifica-se que os problemas surgem logo no início da escola. Se no 1.º ano a taxa de retenção é de zero por cento, pela simples razão de que a lei não permite chumbar, no ano imediato acontece o primeiro tropeção. Ainda que a situação esteja melhor do que em 1996, ainda afecta quase 10 por cento dos alunos. Ou seja, em 2006, mais de 11 mil meninos registaram aos 7 anos o seu primeiro fracasso. A evolução ao longo dos anos também mostra que é no 3.º ciclo, e em particular no 7.º e 9.º anos, que as taxas são mais altas, com um quinto dos alunos a não conseguir passar. Mas por razões distintas. Em relação ao 7.º, os investigadores são unânimes em considerar que é o embate da transição de ciclo que se faz sentir de forma muito pronunciada (o número de chumbos duplica do 6.º para o 7.º ano)."Temos o problema de ter provavelmente as mais duras transições de ciclo da maior parte dos países. De um ano para o outro, os alunos mudam de espaço físico, de número de professores, de organização de tempo de estudo. Estamos a pagar os efeitos de uma série de opções feitas ao longo de muitos anos, em que o sistema foi organizado em função dos professores e de outras razões e não dos alunos e da sua continuidade educativa", argumenta o secretário de Estado. A revisão do currículo do ensino básico, nomeadamente ao nível do 3.º ciclo, é uma das medidas que estão a ser estudadas para atenuar o problema. Já em relação ao 9.º ano, em que as taxas de insucesso estão actualmente acima do que acontecia há dez anos, a explicação será outra. A introdução de exames nacionais a Matemática e Português (e que valem 30 por cento na nota final da disciplina) em 2005 fez o número de chumbos voltar a subir consideravelmente: de 13 para 21 por cento. Assim, em 2005/2006, foram mais de 23 mil os alunos que ficaram retidos no final da escolaridade obrigatória.
Público
12 dezembro 2007
Director Executivo
O Primeiro Ministro anunciou mudanças à lei da autonomia, gestão e administração escolar.
As escolas vão passar a ser dirigidas por um Director Executivo - obrigatoriamente um Professor , que será escolhido pelo Conselho Geral, um órgão constituído por docentes, pais, autarquias e actividades locais.
É uma das medidas da reforma da gestão escolar, anunciada pelo Primeiro-Ministro no Parlamento.
Um regime que, segundo o Engº José Sócrates, visa "reforçar a autonomia" e abrir as escolas à comunidade.
Ao Director ficam confiadas a gestão administrativa, financeira e pedagógica.
Criando uma direcção executiva unipessoal, que substituirá os Conselhos Executivos (o modelo em vigor na grande maioria das escolas).
O Primeiro Ministro diz querer favorecer "lideranças fortes".
Diário de Notícias, 12/12/2007